A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul virou notícia no Brasil inteiro por conta da nomeação de Andressa Urach. A ex-modelo atuará na Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, por indicação do deputado Sérgio Peres (PRB).

A proporção que a noticia de sua nomeação ganhou e as críticas incomodam Andressa. “No passado, quando eu estava no erro, as pessoas me aplaudiam. Agora, que estou tentando fazer o certo, cuidar do meu filho, as pessoas me julgam”, desabafa Andressa em entrevista exclusiva à nossa reportagem.

Sua nomeação saiu no Diário Oficial da Assembleia na última quinta-feira, dia 21 de fevereiro, e ela conta que desde sexta está se adaptando à nova função. Ela conta que atua no acolhimento. “Meu trabalho é ouvir as pessoas. Eu ouço, acolho, vejo a denúncia e repasso um relatório para o Ministério Público ou quem possa dar encaminhamento”, explicou.

“Imigrantes chegam aqui, buscam direção, onde dormir. Tem também parentes de pessoas que estão presas. Por exemplo, um rapaz que está doente em um presídio. São diversos tipos de situações”, completou.

Andressa comenta que já atua com Direitos Humanos há quatro anos. Também na última quinta-feira, ela gravou um vídeo em que lê os 30 artigos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. “Os Direitos Humanos são para todos, infelizmente falta informação”, analisou. “Se os direitos fossem cumpridos, não teríamos tanta desigualdade social”, destacou.

 

Arrependimentos e Direitos Humanos

Vice-campeã do miss bumbum e participante do reality show A Fazenda, a assessora conta que sua vida teve uma virada em 2014. Complicações por conta da aplicação de hidrogel nas pernas a deixaram em estado grave no hospital.

“Passei a dar valor a coisas simples como respirar, caminhar, passei a estudar enfermagem”, narrou Andressa que também revelou que mudou de curso. Agora, começará a estudar Gestão Pública, mas querendo evitar os holofotes, não revelou o nome da universidade.

Depois, lançou o livro Morri para Viver, em que narra episódios marcantes e polêmicos da sua vida.”Eu, com 30 anos, estou voltando. Venho de um passado vergonhoso, não posso mudar.” Mas, defendendo que as pessoas podem se reabilitar, a autora passou a integrar o Raabe, projeto que atua com mulheres que sofreram traumas.

Andressa também começou a dar palestras em presídios femininos e na Fase. “Só quem já passou pelos traumas entende. Conto as minhas escolhas erradas e mostro que é possível mudar”, defende. “É tudo baseado na educação. Um presidiário, muitas vezes, entra no crime por não receber um direcionamento da família. O que falta é uma educação de qualidade, um emprego digno”, analisou

Outro projeto que participou foi o Anjos da Madrugada, distribuindo marmitas para moradores de rua.

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Sobre a sua indicação para o novo cargo, Andressa afirma que o deputado Sérgio Peres já conhecia o seu trabalho, já que realizava a mesma atividade, só que em presídios masculinos. “Fui nomeada porque o deputado sabe que eu estou aqui para ajudar as pessoas”, argumentou.

 

Foto: Instagram/ Reprodução

 

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