Dezessete filhos de imigrantes venezuelanos participaram, pela primeira vez, de atividades escolares na manhã e na tarde de terça-feira (25), em Esteio, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Pela manhã o grupo formado por oito crianças deram o primeiro passo na vida escolar no Centro Municipal de Educação Básica Vitorina Fabre, em turmas do 7º, 8º e 9º ano do Ensino Fundamental. Os outros nove participaram de aulas das séries iniciais no Centro Municipal de Educação Básica João XXIII. Os pais acompanharam os alunos durante o processo de matricula e de reconhecimento da escola, acompanhados pela intérprete voluntária Cyntia Hernandez.

Os alunos foram guiados a conhecer as dependências do Vitorina. Visitaram as salas de aula, quadra, banheiros, refeitório, sala dos professores e, em seguida, foram encaminhados às salas de aula em que estudariam para começarem as atividades.

“Houve uma reunião com os professores, na qual eles foram orientados a conversar com todas as turmas, mesmo aquelas que não receberam os novos alunos. Todos mostraram-se muito receptivos e animados com o processo. Presenciamos hoje nossos estudantes vindo até a sala e arriscando o espanhol para falar com eles, convidando para jogar futebol. Tenho certeza de que será ótimo para ambas as partes”, comentou a diretora do Vitorina, Mari Lucia Rodrigues.

Um dos pais presentes, Richard Marcano, explica que o motivo principal para a família ter imigrado ao Brasil foi a segurança dos filhos, já que recebiam ameaças por serem do partido de oposição no país. Ele também comenta que lá era difícil deixar os filhos na escola, afinal não havia nem alimentação para as crianças, que passavam bastante tempo em ambiente escolar.

As crianças mais novas, dos anos iniciais, foram encaminhadas ao João XXIII e começaram as aulas na quarta-feira (26).

 

Foto: Ingrid Kasper

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