A Polícia Civil deflagrou a Operação Inferno de Dante, na manhã desta segunda-feira (27), no Rio Grande do Sul. Com o objetivo de reprimir crimes de homicídio, tentativa de homicídio, incêndio criminoso, organização criminosa e dano ao patrimônio público, foram cumpridas 34 ordens judiciais entre mandados de busca e de prisão em oito cidades do Estado. Dezenas de telefones celulares, porções de drogas e facas foram apreendidas.

Segundo o delegado André de Matos Mendes, no dia 19 de março deste ano ocorreu um motim no Presídio Estadual de Dom Pedrito. Na ocasião, dezenas de detentos invadiram uma ala destinada aos presos em isolamento especial, e também a ala destinada as celas femininas do estabelecimento prisional. “As investigações apontaram que o objetivo dos amotinados era matar dois presos que eram considerados inimigos do chefe de organização criminosa que domina o pavilhão onde ocorreu o motim. No dia do fato, os detentos amontoaram colchões, cobertores, bancos e outros objetos e atearam fogo em frente às celas onde estavam as vítimas pretendidas, causando um grande incêndio no interior da galeria, ocasionando a morte de um preso, queimaduras de terceiro grau em outros dois presos, e expondo a perigo de morte outros quarenta detentos, sendo doze vítimas mulheres, todos recolhidos à ala invadida”, explicou o delegado.

Durante a investigação policial, dezenas de horas de gravações de câmeras de segurança foram analisadas. Foram realizadas perícias e mais de cem pessoas foram ouvidas pela Polícia Civil. “Ao longo das investigações foram identificados, ao todo, 31 detentos envolvidos no ato criminoso, todos investigados pela participação direta ou indireta na morte do preso, na tentativa de homicídio de outros 42 presos, organização criminosa, incêndio criminoso e dano ao patrimônio público”, esclareceu Mendes.

Nesta segunda-feira foram cumpridos 30 mandados de prisão preventiva e quatro mandados de busca e apreensão nos presídios de Dom Pedrito, Bagé, Rosário do Sul, Pelotas, Caxias do Sul, São Borja, São Gabriel e Montenegro. No transcorrer das ações, os trinta mandados de prisão dos detentos foram cumpridos, bem como foram apreendidas dezenas de telefones celulares, porções de drogas e muitos objetos como facas, que não têm como fabricar dentro do Presídio, nem são objetos de fácil ingresso no sistema penitenciário. “É importante salientar que, mesmo que os suspeitos já estivessem recolhidos ao sistema prisional, muitos deles estavam prestes a ganhar liberdade provisória. Desta forma, com o cumprimento das prisões preventivas, busca-se deixar comunidade mais segura”, concluiu o delegado.

 

Foto: Polícia Civil/Divulgação

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