Nesta quarta-feira (28), o Hospital Universitário (HU) de Canoas recebeu um protesto de trabalhadores da saúde contra o atraso dos repasses do governo do Estado. O município, referência em diversas especialidades para até 156 cidades gaúchas, não recebeu R$ 37 milhões para o custeio de hospitais, Upas e da rede de Atenção Básica. Com isso, se viu obrigado a restringir serviços, atendendo somente urgências e emergências. O movimento, intitulado Unidos pela vida, reuniu cerca de 300 pessoas e cobrou do governo estadual a quitação da dívida com o município para o restabelecimento dos atendimentos. Com salários atrasados, os funcionários devem decidir nos próximos dias em assembleias se entrarão em greve ou não.

A secretária da Saúde de Canoas, Rosa Groenwald, que liderou o grupo, destacou a necessidade da união de esforços das categorias profissionais para buscar junto ao governo estadual os valores em atraso. “Nós temos sido transparentes em todos os momentos, desta vez não será diferente. Estamos buscando aliar todos os profissionais, que compartilham essa situação de caos, para formar um grande grupo de luta. Um grupo para pressionar o estado”, disse. Ela também lembrou que a formação de grandes grupos, historicamente, obteve importantes conquistas na área da saúde, como o Movimento Sanitarista.

Diante da inércia do governo do estado de, ao menos, dar perspetivas sobre quando pretende realizar o repasse, o movimento se colocou à disposição para realizar outras mobilizações, inclusive com a participação de cidadãos.

 

Dívida milionária

Dos R$ 37 milhões que o estado deve à prefeitura, há, inclusive, valores referentes ao ano de 2017. Desde o ano passado, Canoas não vem recebendo os recursos em dia. Para não prejudicar os cidadãos, a prefeitura tem realizado diversos esforços, como realocação de recursos e tomada de empréstimos.

Todos os meses, o governo do estado deveria depositar R$ 11.124.021,56 para custeio das instituições públicas de saúde. Esse valor é destinado aos hospitais, Unidades Básicas de Saúde (UBSs), os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e outros serviços. Sem esse dinheiro, há um claro comprometimento na qualidade dos serviços públicos de saúde. É um cenário preocupante e que, infelizmente, não atinge só a cidade de Canoas. Diversos outros municípios do Rio Grande do Sul compartilham da mesma aflição, a de não ter dinheiro para a manutenção das instituições públicas de saúde.

É um quadro desolador que se espalha pelas cidades gaúchas e que também assola Canoas. A cidade é referência no atendimento de saúde para 156 municípios, em especialidade diversas, o que faz com que os pacientes de outras cidades busquem atendimentos de média e alta complexidade nos hospitais locais. Isso aumenta o custo da saúde e faz com que os prejuízos sejam maiores, na comparação com outras cidades. A Administração Municipal tem realizado grande esforço para atender a toda a demanda, ao mesmo tempo em que busca junto ao governo do Estado o recebimento dos repasses em atraso.

 

Fonte: Imprensa Prefeitura Municipal de Canoas/RS

Fotos: Derli Colomo Jr

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