Não há caminho fácil ou rápido e muito menos respostas diretas sobre como acabar com a violência que nos assombra todo santo dia. Todos sabemos que há um conjunto complexo de fatores que contribuem para esta situação. Mas há um ponto que, diante do que vemos há tempos, não se pode questionar: é preciso fazer alguma coisa já, para que a criminalidade seja pelo menos contida antes que não haja mais jeito.

O problema é a velha discussão entre teoria e prática. Isso ficou evidente no programa Cruzando as Conversas desta terça-feira 08/01. Participaram o ex-comandante da BM e atual presidente do Tribunal Militar, Paulo Mendes, que se notabilizou pela linha dura, o promotor de justiça Leonardo Giardin, autor de vários livros sobre criminalidade, o advogado Francisco Telles, ligado à comissão de direitos humanos da OAB e a socióloga e pesquisadora da UFRGS Letícia Schabbach.

O embate se deu exatamente entre as trincheiras do ação já e do vamos trabalhar as bases da sociedade. Ninguém duvida que um bom sistema de educação pública e condições sociais dignas para todos fariam com que tudo fosse diferente. Mas estas são ações que, mesmo sendo de aplicação urgente, levam gerações até que surtam efeito perene e universal. A bandidagem é cada vez mais organizada, selvagem, armada até os dentes e domina amplos territórios na capital e nas maiores cidades gaúchas.

O sistema prisional desumano forma enclaves independentes que comandam o crime à distância com métodos de corporação e para isso produz bandidos em escala industrial. O programa trouxe uma conclusão inequívoca: mesmo que precisemos mudar nossa injusta sociedade, não se pode abrir mão de uma estratégia enérgica e efetiva que traga já um mínimo de tranqüilidade e estanque o avanço do crime.

Imagem: Reprodução

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