Ricardo Azeredo – Apresentador programa Cruzando as Conversas

Não há fiscalização eficiente para atestar a segurança das barragens no Rio Grande do Sul. Esta foi a conclusão mais assustadora no debate desta quarta feira no programa Cruzando as Conversas. O estado tem milhares de barragens de vários tamanhos, desde pequenas represas em açudes de irrigação até imensos mananciais de água que abastecem não só lavouras, mas também o fornecimento para as cidades. Muitas tem várias décadas e nunca passaram por avaliações aprofundadas. Há muitos riscos,  mas ninguém pode atestar tecnicamente por falta de dados. Porém as suposições são suficientemente preocupantes. Na hipótese de rompimento de algumas das maiores, os danos podem ser gigantescos, em vidas e prejuízos financeiros. A tragédia de Brumadinho deflagrou operações de levantamento dos riscos em todo o Brasil. Só no RS, 886 barragens devem ser investigadas. O Cruzando as Conversas recebeu a promotora Anelise Ghres, que integra uma força tarefa do Ministério Público que há tempos vem atuando na questão, o presidente da Agapan, Francisco Milanez, o assessor técnico da Farsul, Luis Fernando Pires, e o engenheiro Carlos André Bulhões, do sindicado dos engenheiros do RS.

Embora as barragens gaúchas sejam diferentes das de MG, pois aqui estocam água e não rejeitos de mineração, a situação exige medidas urgentes antes que algo mais grave aconteça. O engenheiro Bulhões, que na época da tragédia de Mariana mergulhou fundo nas investigações, afirmou que não há risco iminente de um rompimento de grandes proporções no estado. Mas que sem fiscalização oficial esta certeza pode ruir em pouco tempo, com consequências imprevisíveis.

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