A sexta parte do massacre de Ghostface é um dos pontos mais importantes da saga. Foto: Reprodução

A narrativa do filme, brilhantemente dirigida pela dupla Tyler Gillett e Matt Bettinelli-Olpin, conta a vida de Sam e Tara Carpenter, tentando se reintegrar ao mundo após os assassinatos de Ricchie e Amber em Woodsboro no último ano. Enquanto Tara segue sua vida e planeja seu futuro, Sam se mantém presa ao passado e as irmãs têm que decidir o que fazer quando um novo Ghostaface surge em Nova York.

Desde 1996, a franquia de Wes Craven tinha como objetivo ser uma crítica aos filmes de terror slasher, ao mesmo tempo que se concentrava em contar sua própria história. Essas alusões ao gênero se tornou uma marca de Pânico e funcionou muito bem.

Três décadas depois chegou o quinto longa da franquia, numa nova época, com um público mais exigente. O grande desafio era contar uma história que não fosse superficial como as anteriores, mas mantendo a essência da autoreferência. O sucesso do filme de 2022 rendeu uma continuação, cujo a dificuldade era ainda maior: fazer algo diferente da obra anterior.

Os roteiristas, sabendo do desafio, inovam em muitos aspectos nesta sequência. Começando pelo cenário dos massacres do assassino, que pela primeira vez saiu da pequena Woodsboro e vai a Nova York. A cena inicial de Pânico VI também comprova a preocupação com a repaginação da franquia, com Ghostface sendo “desmascarado” nos primeiros dez minutos de filme.

Os gêmeos Chad (Mason Gooding) e Mindy Meeks-Martin (Jasmin Savoy Brown) ganham destaque e apreço dos fãs, que chegam a torcer por sua sobrevivência. Já os retornos de Courtney Cox como Gale Wheaters e Hayden Panettiere como Kirby Reed têm resultados diferentes.

A vítima do quarto longa retorna ainda mais autêntica, apesar da personagem ser totalmente descartável, se não fosse pela ótima atuação. Já Gale Wheaters em Pânico VI ganha destaque por ser a única “personagem-legado”. Contudo, não conseguimos ver nada de novo em sua interpretação e até uma brusca ruptura da evolução da personagem, apesentada ao final do longa anterior.

Essa dualidade entre inovação e essência é o que permeia o filme. Quase que como Star Wars: Os Últimos Jedi e Star Wars: A Ascensão Skywalker onde um indica esquecer o passado e traçar seu próprio rumo e outro retoma esse passado e diz que Star Wars é isso e ponto. Temos exatamente esse conflito nas duas horas do filme.

O plot twist final também não é o ponto alto de Pânico VI. Não surpreende e os vilões não são tão carismáticos quantos os anteriores.

Independentemente desses aspectos negativos, a viagem é tão bem feita e tão bem representada, que o destino fica em segundo plano. As cenas de assassinatos são as mais sangrentas de toda franquia e contém muitas cenas de perseguição em que o espectador ficará suando frio na poltrona do cinema, com destaque para a cena do metrô e a da escada na janela.

Pânico VI é um execelente filme de terror, mas que perde pontos ao tentar renovar sem perder seu significado.

Nota: ⭐⭐⭐⭐ (4/5)

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