Sou a favor do serviço público. Sou a favor do serviço público enxuto, bem pago, qualificado e eficiente, no entanto, na discussão que se estabelece hoje em dia, prevalece uma visão maniqueísta: de quem é contra e quem é a favor do funcionalismo. Nesse contexto, quem paga a conta é o cidadão, e tiram proveito disso demagogos políticos que se apresentam como defensores dos servidores, quando, na verdade, estão perpetuando um sistema que faz com que de um lado o serviço público inchado sofra de atraso no pagamento dos salários e de outro lado, o cidadão escorchado pelos altos impostos, não tenha a contrapartida mínima em serviços públicos de qualidade.
É preciso mudar esse cenário, mas para que ocorra essa mudança, é necessário definir quais são as carreiras do estado, valorizar essas carreiras e mais: o estado tem que diminuir seu tamanho, gerenciar contratos e não pessoas, além de reduzir o valor dos impostos. É impossível que uma cidade como Porto Alegre gaste mais com 15 mil servidores públicos que estão na ativa e outros 15 mil aposentados, do que todo o dinheiro que aplica em educação e em saúde. Atualmente, em torno de 53% da receita do município é gasta com a folha de pagamento, quando nem 5% dos impostos da cidade conseguem ser aplicados em serviço.
Não é à toa que que a capital dos gaúchos está deteriorada, destruída e o mais alarmante é que mesmo gastando tudo isso, ainda temos um funcionalismo sem aferição de produtividade e desmotivado. É o pior dos mundos, por essa razão algo precisa ser feito, com ações corajosas, sem demagogia e sem maniqueísmo pelo bem do futuro do bom funcionalismo público que desejamos e, acima de tudo, pelo bem da sociedade como um todo.