Uma leitura recomendada é Canhões de Agosto, que deu à historiadora Barbara Tuchman o Prêmio Pulitzer em 1962. O livro relata os antecedentes e o começo da Primeira Guerra Mundial, desnudando o despreparo e a arrogância dos líderes políticos que levaram ao conflito. A carnificina custou 10 milhões de mortos, 30 milhões de feridos, arrasou indústrias e campos agrícolas, gerando prejuízos econômicos e dívidas impagáveis. Um mês de guerra foi o suficiente para desmoralizar e desacreditar governos.

Entre os maiores

A Ucrânia tem as terras mais agriculturáveis e férteis da Europa. No ranking mundial, ocupa a posição número 1 como exportador de óleo de girassol; é a segunda maior produtora de cevada; terceira maior de milho e quarto de batatas. Além de ser rica em minérios, titânio, urânio e fertilizantes.

Anomalia do poder

“A culpa é minha e eu a coloco em quem eu quiser.” A frase é de Homer Jay Simpson, personagem de desenho animado criado por Matt Groening e que surgiu na TV em 1987. Encaixa-se no perfil de Vladimir Putin que, alto do seu trono, pode usá-la sem pagar direito autoral.

Ódio e retrocesso

Frase final de artigo de Cezar Roedel, professor, consultor e doutor em Relações Internacionais, sobre a invasão russa: “Todos os esforços diplomáticos foram para o lixo.”

Um delírio por dia

Vladimir Putin pediu ao exército ucraniano que “tome o poder” em Kiev para derrubar o presidente Volodimir Zelensky.

Vamos aguardar o próximo anúncio do ditador.

Lado suspeito

Paul Krugman, Prêmio Nobel de Economia em 2008 e professor da Universidade de Nova York, publicou:

“As democracias avançadas do mundo têm outra arma financeira poderosa contra o regime de Putin, se estiverem dispostas a usá-la. Podem ir atrás da vasta riqueza estrangeira dos oligarcas que cercam Putin e o ajudam a permanecer no poder. Todo o mundo já ouviu falar sobre iates gigantes de oligarcas, franquias esportivas e casas incrivelmente caras em vários países. Há tanto dinheiro russo altamente visível no Reino Unido que algumas pessoas falam sobre Londongrado. Bem, essas não são apenas histórias isoladas.”

Arma caseira

Os ucranianos usam o coquetel molotov para se defender. A composição inclui mistura  inflamável de gasolina, ácido sulfúrico, clorato de potássio, álcool e éter etílico, concentrados no interior de uma garrafa de vidro, e pano embebido do mesmo combustível.  O princípio de funcionamento reside na dispersão química do líquido inflamável após o impacto num alvo. Começou a ser usada em 1939 e homenageia o diplomata soviético Vyacheslav Mikhailovich Molotov.

Visão lúcida

Henry Kissinger, secretário de Estado norte-americano, de 1973 a 1977, publicou artigo em jornais de vários países, a 5 de março de 2014. O trecho inicial:

“A discussão pública sobre a Ucrânia tem tudo a ver com confronto. Mas sabemos para onde vamos? Na minha vida, vi quatro guerras começarem com grande entusiasmo e apoio público, todas as quais não soubemos como terminar e três das quais nos retiramos unilateralmente. O teste da política é como ela termina, não como começa.”

De que lado fica?

Seguiu Kissinger: “Com demasiada frequência, a questão ucraniana é apresentada como um confronto. Se a Ucrânia se junta ao Oriente ou ao Ocidente. Mas para que a Ucrânia sobreviva e prospere, não deve ser o posto avançado de um dos lados contra o outro. Deve funcionar como uma ponte entre eles. A Rússia deve aceitar que tentar forçar a Ucrânia a um status de satélite e, assim, mover as fronteiras da Rússia novamente, condenaria Moscou a repetir sua história de ciclos autorrealizáveis de pressões recíprocas com a Europa e os Estados Unidos.”

Iniciativa corajosa

A invasão da Ucrânia e o feriadão do Carnaval deixaram em segundo plano uma decisão: o governo federal editou decreto que reduz o Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) em até 25% para a maioria dos produtos. O ato foi publicado sexta-feira em edição extra do Diário Oficial da União.

Objetivo claro

O governo deixará de arrecadar R$ 19,5 bilhões em um ano para estimular a Economia. O valor do IPI costuma ser repassado ao consumidor no preço final das mercadorias. As alíquotas variam, em sua maior parte, de zero a 30%, mas podem chegar a 300%.

Passo seguinte

A partir de agora, a fiscalização precisa se tornar rigorosa para que o consumidor se beneficie com a renúncia de arrecadação. Não pode ficar no meio do caminho, isto é, no bolso dos que são responsáveis pela cadeia produtiva.

Falta funcionar

Victor Hugo Pereira Gonçalves, doutor em Direito Comercial pela Universidade de São Paulo, põe o dedo na ferida:

“Passados mais de dois anos da entrada em vigência da Lei Geral de Proteção de Dados, todas as promessas que nos foram feitas sobre a aplicação dos direitos dos titulares de dados e a criação de um sistema protetivo de dados ainda não se cumpriram. Não há fiscalização. Não há aplicação de multas. Não há uma discussão que implique em mudanças estruturais e de práticas que estão consolidadas. Não há uma Autoridade de Proteção de Dados atuante. Não existe a mínima implantação de uma cultura de proteção de dados pessoais.”

Antecipam-se

Após passar pela Câmara dos Deputados, a legalização dos cassinos, dos bingos e do jogo do bicho depende de aprovação no Senado e sanção do presidente Jair Bolsonaro, que pretende vetar a medida. Mesmo assim, multinacionais começam a consultar especialistas do ramo imobiliário para compra de prédios adequados para se instalarem.

Exemplo

Um plenário só de mulheres, composto por duas titulares e sete suplentes. A iniciativa, considerada inédita, é da Câmara de Forquilhinha, município da região Sul de Santa Catarina, para assinalar o Dia Internacional das Mulheres, na próxima terça-feira.

Sem folga

Serviços de telemarketing que oferecem via robôs, insistentemente, produtos e serviços sem interesse para quem recebe as ligações, não deram folga nem no Carnaval. Perderam a chance de um rápido descanso para os equipamentos que incomodam 18 horas por dia. A resposta deve ser riscar do mapa as empresas que só sabem importunar.

Há 85 anos

A 2 de março de 1937, o governador do Estado, Flores da Cunha, ao discursar na abertura da Festa da Uva, em Caxias do Sul, declarou:

“A nação está assistindo assoberbada os problemas que envolvem a sucessão do presidente Getúlio Vargas. Há homens que, sem opinião definida, em busca de sol, agitam-se como aves tontas entre quatro paredes sem encontrar saída. É bem possível que Deus faça penetrar um raio de luz no espírito daqueles que têm responsabilidade em nosso País.”

Ninguém imaginava que, a 10 de novembro do mesmo ano, Vargas daria um golpe, fechando o Legislativo, manietando o Judiciário e criando o Estado Novo, que se manteve até 29 de outubro de 1945.

Condição mínima

Institutos, que dizem zelar pelo interesse público, deveriam realizar uma pesquisa em todo o país, perguntando: conhece os orçamentos da União, do Estado e do Município onde mora? Com os resultados na mão será possível começar a tratar de soluções pendentes há décadas. Antes, é chover no molhado.

Todo o cuidado é pouco

 A Associação dos Leiloeiros Oficiais do Estado de São Paulo identificou quase 2 mil sites falsos, tentando se passar por casas de leilões legalmente registradas. Anunciam produtos por preços muito abaixo do mercado e induzem o consumidor a fazer o pagamento via transferência bancária, Pix ou depósito em dinheiro “para não perder uma oportunidade vantajosa”, além de capturar informações pessoais como CPF e dados bancários.

Aguardemos

O setor público vai melhorar quando todos os administradores se convencerem: o dinheiro dos que pagam impostos não é capim, que nasce com abundância em qualquer lugar.

Gota d’água

Ouvido numa conversa que reuniu profissionais liberais, cansados com o que viram nas últimas décadas: “O corrupto moderno não se suja com coisa pequena. Não perde tempo com o arriscado desvio de recursos. Para ele, a obra e o serviço têm que acontecer e precisam ser de qualidade. Seu grande negócio é ser sócio oculto de quem vai fazer a obra ou realizar o serviço contratado.”

Quando sobra dinheiro

O Balneário Camboriú, no Litoral de Santa Catarina, é conhecido como paraíso dos apartamentos de alto luxo. A grande procura dos compradores e a disparada de preços na atual temporada fizeram com que os construtores retivessem muitas vendas, resultando numa escassez de ofertas. Esperam valorização maior para liberarem os negócios.

O município tem população fixa de 128 mil habitantes, mas recebe 4 milhões de turistas entre dezembro, janeiro e fevereiro.

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