Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística mostra que, em 2020, o país contava 11 milhões de analfabetos. Levantamento da Organização Não Governamental Todos pela Educação, divulgado em fevereiro deste ano, acrescenta que 40,8% das crianças brasileiras entre 6 e 7 anos não sabiam ler ou escrever em 2021. É como se, em uma sala de aula com 25 crianças, 10 delas não houvessem sido alfabetizadas.

Dá votos?
Em 2006, quando concorreu à Presidência da República, o professor Cristovam Buarque disse e repetiu: “Educação não dá voto.” Seguiu: “Se analfabetismo fosse uma doença contagiosa e pudesse ser transmitida aos ricos, o Brasil já teria resolvido o problema.”
Chegou em 4º lugar com 2,6% dos votos.

Tudo explicado
Da campanha de Cristovam, há 16 anos, ficaram propostas que repousam e tomam pó em alguma gaveta:
1) A criação do Ministério da Educação Básica e uma agência nacional de proteção à criança.
2) A aprovação de uma Lei de Responsabilidade Educacional para aferir com rigor o aprendizado.
3) A Lei consistiria na montagem do sistema nacional de avaliação, acompanhamento e fiscalização da educação básica.
4) O envolvimento das famílias e dos veículos de comunicação no sistema educacional.À disposição
Cristovam não cobrará direitos autorais pelo uso. Até agora, ninguém tomou a iniciativa, comprovando o descaso com o presente e o futuro.       No aguardo
Tomara que a 6 de setembro deste ano possamos ler a notícia: “A pouco menos de um mês das eleições, o país vive uma campanha dentro da absoluta normalidade, sedimentando o processo democrático reativado em 1985 e restabelecido em 1989.      Tem mais
Outras expectativas: que os candidatos em todos os níveis debatam sobre investimentos na infra-estrutura, qualificação profissional e obtenção de novas tecnologias. Que tratem das reformas substanciais na administração pública, da redução da carga tributária e da eliminação do excesso de burocracia para facilitar a geração de empregos. Custo alto
Sexta-feira, os ataques insanos da Rússia contra a Ucrânia completaram 100 dias. O Ocidente não suporta mais os aumentos nos preços da energia e dos alimentos provocados pelo conflito. O pior: não há perspectiva de alguma fórmula que leve à paz.

Grandes negócios
Os jornais de maio de 2005 noticiaram e ninguém contestou: “Do dia para a noite, apareceram na Rússia 20 bilionários, os oligarcas, a quem o presidente Boris Yeltsin doou o país, que fatiaram para eles. Mikhail Khodorkovski, o mais rico e rei do petróleo; Roman Abramovich, namorado da filha de Yeltsin e hoje o homem mais rico da Inglaterra, para onde fugiu com uma fortuna de 14 bilhões e 500 milhões de dólares; Boris Berezovski, também foragido na Inglaterra, sócio de Abramovich na gigante de petróleo Sibneft pela qual deram a Yeltsin 225 milhões de dólares em ações. A lista seguia…
Vladimir Putin frequentou a escola e aprendeu com facilidade.

Estrago monumental
A Federação Única dos Petroleiros alerta para o risco de o litro do óleo diesel atingir R$ 10,00 no segundo semestre do ano, acima dos atuais R$ 7,00 em média, com impactos ainda mais severos sobre a inflação e às vésperas da colheita da safra agrícola, quando aumenta a demanda pelo derivado.

Briga nas alturas
Bom tema para debate em aulas de Ciência Política: nos últimos 33 anos, realizaram-se oito eleições e o PSDB só ficou fora do segundo turno em 1989 e 2018. Em 1994 e 1998, liquidou a corrida no primeiro turno. Agora, o trem desandou e o partido não tem candidato.

Jeitinho
As alianças, no cenário de 33 partidos políticos, acabam virando uma superlotação de grupos e grupelhos. Unem-se ao sabor das conveniências, das promessas e do compadrio.

Radiografia mostra
Os eleitores do meio da pirâmide e parcelas das bordas já estão vacinados contra os refrãos carcomidos pela poeira do tempo.

Problema mundial
Paul Krugman, que recebeu o Prêmio Nobel de Economia em 2008, escreveu comentário no jornal The New York Times, semana passada, com o título A política perversa da inflação. Trecho inicial: “Há aumentos de preços, como da gasolina, sobre os quais o presidente Joe Biden não tem controle.”

Sem dinheiro público
O Partido Novo formalizou, no começo deste mês, a devolução de R$ 87 milhões e 700 mil do Fundo Eleitoral aos cofres públicos. Não é primeira vez. Em 2018 e 2020, também não utilizou. Ao todo, abriu mão de R$ 14 milhões.
Ricardo Jobim, que concorrerá ao governo do Estado pelo Novo, desafiou os demais candidatos a fazerem o mesmo. Passada uma semana, persiste o silêncio como resposta.

Projeção
O deputado federal Tiago Mitraud, do Novo de Minas Gerais, publicou sexta-feira passada, no jornal Hoje em Dia, de Belo Horizonte:
“De acordo com estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados, baseado nas contas das campanhas e nos dados do Tribunal Superior Eleitoral, a média de gastos dos candidatos vitoriosos a deputado federal em 2018 foi de R$ 1 milhão e 300 mil. Corrigindo pela inflação, o valor corresponde a R$ 1 milhão e 600 mil em 2022. Supondo que essa média dobre com o aumento do Fundão, os recursos que o Novo está devolvendo aos cofres públicos seriam suficientes para eleger ao menos 25 deputados federais e fazer do partido uma das 10 maiores bancadas da Câmara.

Está sobrando?
Recorrer aos valores recolhidos pelo Tesouro Nacional na forma de impostos para custear passagens aéreas, hospedagem, propaganda impressa e gravações de programas, entre outras despesas, só em país rico.

É sempre assim
Toda a vez que surge um problema, o Senado se apressa para formar uma subcomissão. Uma delas acompanha a educação na pandemia e hoje terá a 14ª audiência. Os parlamentares ganham manchetes e nada mais. Como em ocasiões anteriores não se pode esperar além de um relatório com linguajar complicado mas pouco sentido prático.

Dentes afiados
Levantamento da Associação Comercial de São Paulo aponta que, do valor pago pelos consumidores nos presentes mais comprados para o Dia dos Namorados, 80% são de impostos. É o caso dos perfumes importados, que concentram alta carga tributária: 78,99%. Significa que se o produto é vendido a R$ 400,00 aproximadamente, R$ 316,00 correspondem a impostos, taxas e contribuições. A maquiagem nacional possui carga tributária de 51,41%.
Champanhe, vinho importado e nacional ficam entre 54% e 69%.

Risco
Hoje é o Dia Nacional de Luta contra Queimaduras. Lembrança oportuna no mês das festas juninas em que ocorrem acidentes com fogos de artifício.

Rumo ao abismo
Trinta anos após a realização da Eco-92, cujo resultado foi pífio, a Organização das Nações Unidas promove a Década da Ação. O plano é estimular agentes institucionais, organizações e sociedade civil para a proteção e a revitalização dos ecossistemas em todo o mundo, além de acelerar o cumprimento dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pela ONU.
Mais uma conversa na qual ninguém mais acredita. Para os chefes das grandes potências falta coragem para enfrentar o grave problema da poluição.

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