O que não pode escapar dos debates entre candidatos em 2022: as décadas de abusos contra os interesses do país por meio de decisões erradas, privilégios descabidos e corrupção.
Novo compromisso
A assinatura de acordo dará prazo de mais 26 anos para o governo do Estado saldar sua dívida com a União. A negociação anterior, em 1997, previa a liquidação até 2028, meta impossível de ser atingida. Agora, ficará estendido até 2048, exigindo equilíbrio fiscal das gestões seguintes.
Vamos aguardar
No próximo dia 11, o IBGE divulgará os dados de dezembro do IPCA. É o que falta para determinar a inflação de 2021.
Sobe e desce
A Bolsa de Valores de São Paulo terminou o ano com desvalorização de 11,93% e 104.822 pontos. Ao longo de meses andou próxima dos 131 mil pontos. No exterior, houve boas performances, com destaque para a Bolsa de Paris (29%) e o índice americano Standard & Poor’s (27%).
Ajudaria muito
O que muitos professores dos cursos de Gestão Pública esquecem de distinguir: na iniciativa privada não brincam com dinheiro, porque logo vêm os prejuízos, o descontrole e a falência. A vida real não escapa do rigor e da frieza da aritmética.
Quem paga a conta?
Há mais de 25 anos, acumulam-se casos de exageros nos gastos de cartões corporativos. Feitas as denúncias, cai uma nuvem de silêncio poucos dias depois.
Coisas nossas, muito nossas
O Brasil é o país em que tudo vira guerra política. O governo federal propôs consulta pública sobre a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid. A iniciativa desagradou à Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos que recorreu ao Supremo Tribunal Federal, exigindo a anulação da medida e a aplicação obrigatória e imediata das doses. A ministra Cármen Lúcia determinou que o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, prestem informações em cinco dias.
Passos seguintes
Talvez surja a proibição do uso da consulta pública para temas polêmicos. Mais: a criação de uma instância, além do Legislativo, para policiar atos do Executivo, mesmo quando não contrariem leis.
Não tem mais o que fazer
É tarefa para as Câmaras Municipais e seus 57 mil vereadores, mas a Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que cria a Política Federal de Ciclologística, para regulamentar o transporte de bens e serviços por meio de bicicletas e triciclos no País.
Decepção
Manchete do jornal El PaÍs, de Madri: “Joe Biden, no inverno de seu descontentamento”
O texto relata: “O agravamento da pandemia, o congestionamento legislativo de seus planos estelares e a inflação amargam a virada do ano para o presidente dos Estados Unidos.”
Assustador
O presidente Recep Tayyip Erdogan, de direita, terminou o ano derrapando. A inflação na Turquia atingiu 36,08% em dezembro, comparando com o mesmo período de 2020. Nível não registrado desde 2002, segundo dados oficiais. Corresponde a sete vezes a meta definida pelo governo.
Era da loucura
Em janeiro de 1997, o empresário Antônio Ermírio de Moraes publicou artigo em vários jornais. Trecho inicial:
“Aparentemente, terminou a Guerra Fria! A sobra da chamada irresponsabilidade do poder é simplesmente lamentável. Entre outros armamentos, creio que bastaria citar mais de 50 mil ogivas nucleares, 70 mil toneladas de gás venenoso e 250 toneladas de plutônio.”
Tendência à autodestruição
Seguiu o articulista: “Quanto ao plutônio, criado em laboratório pelo homem, se por acaso 150 quilos das 250 toneladas fossem uniformemente distribuídos pelo planeta, estaríamos todos nós condenados à morte pela aparição rápida de tumores malignos de pulmão.”
Na sequência
Outra irresponsabilidade: a 13 de novembro do ano passado, quase 200 países assinaram acordo, ao final da 26ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas, comprometendo-se a combater a poluição. Passaram-se 52 dias e nenhuma linha apareceu mais sobre o assunto. Mesmo que os danos sejam visíveis no dia a dia.