Da conciliação à briga

Em 1932, o escritor norte americano Dale Carnegie lançou o livro Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas, que vendeu mais de 50 milhões de exemplares. Virou uma febre mundial. A versão para o Português foi editada em 1958. Por 97 países o autor espalhou três mil instrutores sobre o conteúdo, que deram cursos para nove milhões de pessoas.

Agora, o brasileiro Olavo de Carvalho está em condições de publicar um novo livro com pequena variante: Como Influenciar Pessoas e Fazer Inimigos.

No controle remoto

Olavo nasceu em São Paulo, foi jornalista, astrólogo, filiado ao Partido Comunista e opositor do regime militar. Hoje, mora nos Estados Unidos, reconhecido como responsável pelo surgimento da Nova Direita Brasileira e guru da família Bolsonaro. Onipresente e onipotente, funciona como uma sombra do governo. A cada manifestação aumenta a legião de adversários, sobretudo por seu discurso antiesquerdista.

Precisará decidir

No final de semana, Olavo fez uma gravação, divulgada pelo Youtube, em que atacou violentamente o presidente Bolsonaro por se omitir diante da existência do “gabinete do ódio”. Usou vocabulário que não frequenta salas de visitas e ameaçou derrubar o governo. Bolsonaro terá de escolher:

1ª) dizer que o guru, durante a noite, exagerou nos drinques e perdeu o controle, falando o que não deve. Depois, perdoá-lo;

2ª) anunciar que se livra do poder de influência do guru.

Muito atual

Há um antigo ditado aplicado à política: quem só entende metade de um problema acaba derrotado pela outra metade.

Agora ou nunca

Os governos, em todos os níveis, mostraram os limites na busca de soluções para o saneamento básico ao longo do tempo: 100 milhões de brasileiros não têm coleta de esgoto e 35 milhões estão sem acesso às redes de água.

Senadores prometem votar, até o final deste mês, projeto que abre espaço para a iniciativa privada atuar com mais força no setor. Pretende instituir o regime de licitações nos municípios para a escolha das empresas que prestarão serviços de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto.

Fazem contagem regressiva

Consumidores não querem saber se os serviços são prestados por estatais ou empresas privadas. Interessam-se em ter as torneiras funcionando e as ruas sem mau cheiro.

Queda de braço

Quando as atividades voltarem à normalidade, o número de camelôs vai dobrar. Desempregados buscarão o sustento, oferecendo tudo o que for possível. Levantamento desta coluna mostra que prefeitos vão se dividir. Parte não tomará qualquer atitude, deixando-os livres. Outros fiscalizarão, usando argumentos:

1º) as ruas não podem ficar obstruídas;

2º) não pagam impostos como os lojistas e os cofres andam vazios.

Guerra total

Deu no site: “Moro equipara PT e Bolsonaro e acena pela primeira vez a movimentos contrários ao presidente.”

Metralhadora do ex-ministro começa a girar.

Com urgência

Na medida em que os ventos da discussão política começam a soprar com mais força, é preciso acionar os bombeiros para promover o recuo dos incendiários.

Outros não têm

O Brasil funciona no campo, nas fábricas, nas lojas. Não pode parar em função da burocracia do poder público.

Temos o maior parque industrial da América Latina. A produção agropecuária é moderna e o Rio Grande do Sul tornou-se exemplo. Além de abastecer o mercado interno, garante saldos na balança comercial. São as condições para impulsionar o desenvolvimento e não permitir que o país fique preso no atoleiro.

Deve seguir

O Conselho de Desburocratização do Estado acaba de revogar 300 decretos ultrapassados. Sem qualquer sentido prático, mantinham-se só para atrapalhar. O governador Eduardo Leite acompanhou a reunião, incentivando a continuidade.

Prazos apertados

O adiamento do 2º turno das eleições municipais para 6 de dezembro, como está sendo cogitado, implica em problemas: 1º) o tempo muito reduzido para julgamento das despesas de campanha para posterior diplomação dos vitoriosos; 2º) o período exíguo para escolha dos secretários e a transição, quando houver troca de prefeito.

Sem chance

O parlamentarismo costuma ser relembrado nos momentos em que o cenário político brasileiro enfrenta nebulosidade. É o que acontece de novo. Não existe a menor possibilidade de avançar, por mais que tenha aspectos positivos. Os rumos de um país não se definem por decisões de afogadilho.

Nunca se intimidou

O médico e político Raul Pilla, que viveu de 1892 a 1973, foi deputado federal e o maior defensor do parlamentarismo no país. Em um de seus pronunciamentos, afirmou:

“O povo não é, com o regime parlamentar de governo, o soberano de um dia, o dia da eleição, mas verdadeiramente o soberano e senhor dos seus destinos porque, por intermédio de seus representantes, a sua influência está continuamente se exercendo no governo.”

Reino das vantagens

Desde a instituição da República, desenvolveu-se a cultura das vantagens do poder, associada ao modelo que faz do Executivo um refém de interesses tendentes a produzir órgãos e cargos prescindíveis.

Fio de esperança

Donald Trump caminhava tranquilo para reeleição, quando foi surpreendido com a tragédia da pandemia e o assassinato do negro George Floyd. O democrata Joe Biden, que concorreria para cumprir a tabela, ganhou subitamente um respirador artificial e tentará se manter vivo até 3 de novembro, quando os norte-americanos irão às urnas. Biden foi vice de Barack Obama.

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