Ontem foi o Dia Mundial da Paz, instituído pela Organização das Nações Unidas em 1981. Não por coincidência, o czar russo Vladimir Putin aproveitou para anunciar, via TV, que convocará cerca de 300 mil cidadãos da reserva para se unirem às tropas russas na Ucrânia. É a primeira mobilização militar feita pela Rússia desde a Segunda Guerra Mundial.
Outra medida de Putin: prorrogar indefinidamente o contrato de soldados no campo de batalha do país invadido. Acrescentou também que não admitirá ameaças nucleares do Ocidente e revidará com força. Enfatizou: “Isso não é blefe”
Uso da força
Poucas horas depois do pronunciamento de Putin, centenas de pessoas fizeram protestos em Moscou. Ao menos 66 pessoas foram presas, de acordo com o grupo de monitoramento da perseguição política na Rússia. Recusam-se a ser bucha de canhão para satisfazer ambições imperialistas. Com os que divergem, o czar fez o que aprendeu ao entrar na KGB, quando tinha 18 anos. Os dissidentes desafiam: faça um exame de sanidade mental. Afinal, nenhum país ameaça a Rússia com armas nucleares, como ele imagina.
Falência do diálogo
Na entrevista a este colunista, ontem, durante o programa Manhã RDC, Cezar Roedel, professor, consultor e Doutor em Relações Exteriores, analisou a política internacional, identificando três características:
1ª) é anárquica. Não há um poder de coação para demover o ímpeto nos estados nacionais. Isso se observa com a Rússia, por exemplo.
2ª) A política internacional é hierárquica, quer dizer, manda quem pode, obedece quem tem juízo.
3ª) É oligopolítica, pois somente algumas potências possuem poder de modificar a configuração do quadro mundial.
Volta à barbárie
Cezar Roedel foi adiante: “Santo Agostinho dizia que a paz era a tranquilidade da ordem. O que observamos neste momento é a intranquilidade da desordem. Temos hoje 27 conflitos armados em andamento no mundo. Nem estamos falando dos conflitos étnicos e religiosos que aumentariam muito o número. O que se vê agora é a guerra injustificada da Rússia contra a Ucrânia, que ameaça a segurança alimentar e energética de muitos países.
Recomeço necessário
A conclusão de Roedel: “A ONU deveria ser reinventada, pois perdeu seu papel de proeminência que tinha desde o final da Segunda Guerra Mundial. Há necessidade de mecanismos que permitam restabelecer a paz.”
Carga pesada
Ciro Gomes registrou ontem o maior número de pontos no Atacódromo, que mede a virulência das declarações dos candidatos: “Bolsonaro é bandido e o PT lidera o fascismo de esquerda.”
Crime contra crianças
Alerta a pais e mães: a Organização Pan-Americana da Saúde informou ontem que o Brasil está na lista dos países que correm risco muito alto de reintrodução da poliomielite. A cobertura de vacinas para a doença caiu para cerca de 79%, o menor índice desde 1994.
Há 34 anos
Às 14h 40min do dia 22 de setembro de 1988, pela última vez, 491 constituintes apertaram os botões de suas mesas no plenário. Estava aprovada a nova Constituição Federal, substituindo a de 1967. Foram 474 votos a favor, 15 contra (todos do PT) e seis abstenções. No total, somaram 340 sessões de trabalho desde 1º de janeiro de 1987. A promulgação ocorreu a 5 de outubro. Pelo menos 30% dos artigos ainda estão sem regulamentação.
Onda atinge Tio Sam
O Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, aumentou ontem as taxas de juros para faixa de 3% a 3,25% com alta de 0,75 ponto percentual. É a quinta vez neste ano em que os juros são elevados. A nova alta conduz a taxa básica de juros norte-americana ao seu maior patamar desde 2008.
Em que planeta está?
O programa 60 Minutes, da rede CBS, surgiu em 1968 e é um dos mais assistidos de costa a costa nos Estados Unidos. Foi o cenário que o presidente Joe Biden escolheu, há poucos dias, para anunciar que a pandemia acabou. Dados oficiais comprovam que a Covid-19 ainda mata ainda 400 norte-americanos por dia.