A fala do presidente Jair Bolsonaro, ontem à tarde, resumiu-se a dois minutos e meio. Não se referiu ao candidato vencedor da eleição, como recomenda a tradição. Enigmático, deixou muitas dúvidas. Terá desdobramentos hoje.

Amigos para sempre

Geraldo Alckmin assumirá o comando da transição de governo. Tímido e reservado, não usará a frase publicamente, mas fica subentendida: esqueçam o que disse sobre Lula na campanha eleitoral de 2006.

 

Eleição acabou

Os que buscam criar tumultos com bloqueios precisam aprender que a Democracia funciona assim: o povo falou, está falado.

Outra fórmula só cabe em país totalitário, onde a Constituição não inclui, como a brasileira, o artigo 5º, inciso XV: “É livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens.”

O que fizeram

Notícia divulgada por Felipe Bambace, repórter da NDTV Joinville, no final da manhã de ontem, resume tudo: “Quase 40 horas. Esse é o tempo que a empresária Maria Aparecida Santos e outros passageiros de ônibus permanecem parados em um posto de combustível às margens da BR-101, em Joinville, no Norte de Santa Catarina, por causa dos bloqueios em rodovias federais.” Acrescentou depoimento de Maria Aparecida: “Estamos em 39 ônibus aqui no pátio, centenas de pessoas que estão sem dinheiro para comer, sem condições de banho, porque só tem um chuveiro, e sem dormir.”

Quem pagará o prejuízo?

 Absurdo

Em São Paulo, caminhão que levava insumos para a produção de vacinas no Instituto Butantan ficou retido por oito horas nas rodovias. A  carga correu o risco de perder validade, o que obrigaria a jogar tudo fora.

Um pouco de ilusão

O União Brasil, resultado da fusão entre o DEM e o PSL, procura interlocutores do futuro governo para obter apoio e conquistar a presidência da Câmara dos Deputados. Esquece que o PT leva preferência.

 Deu no site

“Centrão busca sair da órbita do PT.” Seguindo a tradição, será difícil, quase impossível.

Era do cruzeiro

Ontem, completaram-se 80 anos da entrada em circulação do cruzeiro, que substituiu o réis. Foi a primeira mudança de padrão monetário no País. Depois, houve mais sete. A denominação se baseou na constelação Cruzeiro do Sul, símbolo nacional. Só ocorreu mudança a 12 de fevereiro de 1967 por conta da inflação de 25% do ano anterior. Passou a existir o cruzeiro novo com o corte de três zeros.

Sobre o silêncio

Trecho final do artigo do escritor Mário Vargas Llosa sobre o que ocorre no Leste Europeu: “ É preciso acabar com esta guerra hipócrita, que está destruindo pouco a pouco a Ucrânia e semeando terror nos países vizinhos, enquanto os grandes países do Ocidente estão contentes – assim parece, pelo menos – com este desgaste sistemático de seu inimigo principal e veem com certa indiferença o castigo criminoso a que, por uma questão puramente de forma, se encontra submetida a Ucrânia, a única vítima real desta tragédia.”

Há 60 anos

“A União Soviética começou a desmantelar suas bases de mísseis em Cuba.” O anúncio foi feito por rede de TV e rádio pelo presidente John Kennedy a 2 de novembro de 1962. Acrescentou que “os Estados Unidos vigiam para que a ameaça contra a paz desapareça do hemisfério.”

Outro lado

No mesmo dia, o primeiro-ministro Fidel Castro admitiu que, em relação à retirada das armas, existiam certas divergências entre Cuba e a União Soviética. Afirmou que serão discutidas “a nível de governo e de partidos, à luz da razão e dos princípios, porque acima de tudo, somos marxistas-leninistas e amigos da União Soviética. Castro revelou, pela primeira vez, que Cuba tinha projéteis e que as tropas soviéticas vieram a Cuba “dispostas a morrer conosco.”

 

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