Não esperemos produção do Senado e da Câmara dos Deputados. Afinal, o ano é eleitoral e a corrida pelos votos se torna incessante… Costumam dizer que se trata do recesso branco. Só não ficam em branco os contracheques. Trabalhando ou não, o valor estará garantido a cada final do mês.
Caminho de duas mãos
Ao todo, deputados federais apresentaram 5 mil e 269 emendas ao projeto de lei orçamentária de 2022, somando R$ 9 bilhões. Cada parlamentar pode encaminhar até 25 emendas, com valor total de R$ 17 milhões e 600 mil. Obrigatoriamente, metade deve ser destinada para ações e serviços públicos de saúde. O Ministério da Saúde recebeu R$ 4 bilhões e 730 milhões em emendas. O Ministério da Cidadania veio em segundo lugar com R$ 361 milhões. Em seguida, o Desenvolvimento Regional (R$ 284 milhões); a Educação (R$ 258 milhões); e o Turismo (R$ 128 milhões).
Agora, os parlamentares saem para propagar e colher votos.
Vai se concretizar?
O ministro da Economia, Paulo Guedes, pediu à Controladoria-Geral da União para que seja criado um sistema a fim de identificar todas as indicações a cargos públicos, destacando os nomes dos responsáveis pela nomeação e pela indicação. Na sequência, haverá divulgação no portal da transparência.
Caso se concretize, teremos uma revolução.
Onde é necessário
O governo do Estado entregou ontem, em frente ao Palácio Piratini, viaturas para a Brigada Militar, o Instituto-Geral de Perícias e a Polícia Civil. A Superintendência dos Serviços Penitenciários também recebeu pistolas e coletes balísticos. É o que se chama dinheiro público bem aplicado.
Coisas nossas, muito nossas
Desafio até 2 de outubro: convencer a população que o dinheiro dos impostos que pagam, transformado em Fundo Eleitoral, é canalizado para fazer campanhas.
Lá se vai o dinheiro
Além do Fundo Eleitoral, existe o Partidário, utilizado para manter a militância e custear despesas operacionais. Sai também do Tesouro Nacional. A lei exige que 20% deve se destinar à formação de lideranças por meio de cursos, mas isso raramente ocorre. Deveria haver mais fiscalização e transparência sobre a aplicação dos recursos.
Para todos os fins
O articulista José Roberto de Toledo publicou no jornal O Estado de São Paulo: “O Fundo Partidário é usado para pagar bandeiras, adesivos, faixas, programas de TV e rádio, marqueteiros, alugar imóveis, carros, bicicletas e até bonecos infláveis. O seu, o meu, o nosso será gasto. Bem-vindo ao mundo do marketing eleitoral, caro doador involuntário.”
Problema está localizado
A economista-chefe do Fundo Monetário Internacional, Gita Gopinath, resume o drama: “Será necessário um esforço global para assegurar a vacinação em massa, a testagem e o acesso a terapias, inclusive aos medicamentos antivirais desenvolvidos recentemente. Até hoje, apenas 4% da população dos países de baixa renda está totalmente imunizada, em comparação com 70% nos países de alta renda.”
Ainda que com atraso, os ricos terão de abrir a mão.
Há 75 anos
A 27 de janeiro de 1947, o Tribunal Regional Eleitoral anunciou a vitória de Walter Jobim, do Partido Social Democrático, que concorreu ao governo do Rio Grande do Sul e obteve 229 mil e 129 votos. Em segundo lugar ficou Alberto Pasqualini, do Partido Trabalhista Brasileiro, com 209 mil e 164.
Recomeço
Na eleição para a Assembleia Legislativa, realizada a 19 de janeiro de 1947, o primeiro colocado foi José Diogo Brochado da Rocha com 20 mil e 452 votos. Entre os eleitos estavam Daniel Krieger, Fernando Ferrari, Tarso Dutra, João Goulart, Leonel Brizola, Brito Velho, Mem de Sá, Pinheiro Machado Neto, Egídio Michaelsen, Nestor Jost, Victor Graeff, Dionélio Machado, Edgar Luís Schneider, Guido Giacomazzi, Aquiles Mincarone e mais 39 deputados estaduais. O Casarão da Duque de Caxias, em Porto Alegre, sede do Poder, estava fechado desde o golpe do Estado Novo, a 10 de novembro de 1937.