Quando os representantes da população agirão contra oportunistas que se aproveitam de duas crises mundiais para elevar os preços de forma desproporcional? A Política não existe só para prover cargos aos amigos, manter mordomias e pensar na próxima eleição. O mandato concedido pelo voto envolve, sobretudo, a defesa do interesse público, agredido pelas remarcações. A tática é bem conhecida: na cadeia produtiva, um joga a culpa no outro.

Busca de solução

A Assembleia Legislativa deverá aprovar em sessão plenária, amanhã, alterações dos pré-requisitos para homologação do Regime de Recuperação Fiscal. Se não ocorrer, o governo do Rio Grande do Sul voltará a pagar R$ 2,5 bilhões por ano de sua dívida. Cabe lembrar que o repasse ao Tesouro Nacional, no total de R$ 17 bilhões, está suspenso por liminar do Supremo Tribunal Federal desde agosto de 2017.

Derrapada

Porto Alegre recebeu o South Summit, no começo deste mês, e seus promotores não tiveram interesse em traduzir para a língua portuguesa as duas palavras que identificam o evento de tecnologia e inovação.

Colonialismo cultural

O médico Evaldo A. D’Assumpção, há 16 anos, publicou artigo no jornal O Estado de Minas Gerais, que este colunista tem arquivado. Alguns trechos:

“Andando pelas ruas, acabamos entrando em um shopping center para um coffee break no meio de uma jornada de trabalho. Lá, descobrimos que as lojas estão em sale, com 30% off.”

Dicionário debaixo do braço

Segue D’Assumpção: “Se tivermos uma dor de cabeça com toda essa confusão linguística, é só entrar numa drugstore para encontrar o remédio que a alivie. Voltando para o consultório, ligamos o computador para receber alguns e-mails que chegaram em nosso site. É tempo de reagir. Os que têm cabeça e personalidade, que o façam.”

Na conta bancária

No país de 33 partidos, os nanicos usam o mesmo lema: existimos porque insistimos.

Há motivo adicional: o generoso dinheiro dos fundos partidário e eleitoral. Vira tentação.

Soltou a bomba

O ex-ministro das Relações Exteriores Aloysio Nunes, liderança do PSDB, detona João Doria ao anunciar, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, que irá de Lula no 1º turno.

Há outra ala tucana que pretende apoiar a candidatura de Simone Tebet ao Planalto.

Direito de espernear

A temperatura vai subir mais ainda: João Doria exige reunião da executiva nacional do PSDB para tratar do que chama de “tentativa de golpe” contra sua candidatura. O presidente Bruno Araújo é inexperiente e não sabe como se livrar do imbróglio.

Golpe admitido

Jornais denunciam: “Mesmo com notas baixíssimas no Ministério da Educação,  faculdades particulares caçam alunos com mensalidades de R$ 150,00”. Estão desatualizados. Algumas chegam a R$ 50,00. Pobres dos alunos que caem no conto.

Dará polêmica

Sanções administrativas, como multas de trânsito e da vigilância sanitária, não poderão mais ser determinadas com base somente na declaração de único agente público como meio de prova. A Lei 9.681/22, publicada no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro, obriga os responsáveis por aplicarem as penalidades a apresentar ou indicar provas.

Sem efeito 

Hoje é assinalado o Dia Internacional da Convivência em Paz. A iniciativa da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) ocorreu em 1999, mas agora não há nada para comemorar.

Inoperância criminosa

A ambição expansionista de Vladimir Putin precipita uma crise alimentar global. O conflito na Ucrânia aumenta os preços e ameaça provocar uma crise de desnutrição, turbulência política e social, novos fluxos migratórios e tensões geopolíticas. A Organização das Nações Unidas, a quem caberia mediar a paz, nada faz porque está dominada por blocos de esquerda, que gritam mais. Contrariar o czar está fora da cartilha.

Novo rojão

A frase mais ouvida nos últimos dias sobre a Petrobras: muda o presidente, mas as ideias são as mesmas.

Esperava-se que o anúncio da intenção de privatizá-la freasse a onda de alta. Engano. A nova direção insiste que os derivados de petróleo estão defasados em 17%.

Não existe segredo

De 1995 a 2002, Everardo Maciel foi superintendente da Receita Federal. Quarta-feira passada, publicou artigo no Diário Comércio, de São Paulo, em que cita exemplo  a ser seguido. O trecho inicial:

“Em abril de 2021, a Espanha decidiu constituir uma comissão formada por especialistas, recrutados no governo e fora dele, para produzir um diagnóstico do seu sistema tributário e a partir daí elaborar proposta, visando melhorar sua eficiência e ajustá-lo às novas exigências.”

Resultou num consistente documento de 788 páginas.

Rota

Seguiu Maciel: “A Espanha fez a opção correta. Qualquer reforma deve ser precedida por um diagnóstico, que especifique o problema e aponte, de forma transparente, soluções acompanhadas de suas repercussões. Caso contrário, é um mero pacote autoritário, que não raro embute interesses pouco virtuosos.”

A receita está dada. É só tomar a iniciativa a partir do eixo São Paulo-Brasília.

Poder enfeixado

Desde a Proclamação da República, há 132 anos, o presidente reina, governa, administra e exerce até funções legislativas, por meio de vetos, medidas provisórias e barganhas. Sucessivas composições do Senado e da Câmara dos Deputados ignoraram o cenário. A minoria que percebeu a distorção não teve nenhuma iniciativa porque achava conveniente para seus interesses.

Fácil identificação

Ditado africano serve para o que acontece na política brasileira: enquanto os elefantes brigam, quem mais sofre é a grama.

Situação consagrada

Manifestações de ministros do Supremo Tribunal Federal, fora dos processos, têm o efeito de pedra no lago. As ondas se propagam e fazem a margem de contenção ficar pequena.

Desespero

Relato de agências internacionais sobre o que acontece em Shangai, depois que o governo determinou, a 30 de março, que ninguém saísse de casa: falta de alimentos, de itens básicos de higiene pessoal e de medicamentos de uso contínuo. Vídeos de geladeiras e armários vazios, crianças chorando e idosos enfraquecidos circulam pelas redes sociais.

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