Quando faltavam quatro dias para as eleições, o Ministério da Economia divulgou no site www.gov.br: “O estoque da Dívida Pública Federal totalizou R$ 5,75 trilhões em setembro.” Como ocorreu desde o começo da campanha, nenhum candidato fez referência ao assunto, como se não existisse.

       Conta pesada vai longe

Torna-se inconcebível ignorar que 52% de toda a arrecadação de tributos no país se destina ao pagamento da dívida e dos juros. Ontem à tarde, o placar eletrônico jurometro.com.br registrava R$ 313 bilhões e 664 milhões. Valor desembolsado pelo Tesouro Nacional, desde 1 de janeiro deste ano, para a histórica rolagem dos empréstimos.

        Respostas aguardadas

        As próximas dúvidas: 1ª) em que nível ocorrerá a transição em Brasília? 2ª) Como governar um país mais dividido do que nunca? 3ª) qual o papel que o bolsonarismo exercerá? 4ª) quando o candidato derrotado ao Planalto começará a campanha para 2026?

        Manda ficar calado

        Desde o final da tarde de domingo, jornalistas puderam tirar a mordaça imposta pelo artigo 45, inciso III, da Lei 9.504, de 1997, durante a campanha eleitoral: “As emissoras de rádio e TV não podem difundir opinião favorável ou contrária a candidato, partido, coligação, seus órgãos ou representantes.”

        Fato novo

        Muitos profissionais, ao longo de 25 anos de vigência da mordaça, depois de julgados e condenados, pagaram multas. Emissoras foram tiradas do ar. Este ano, os que mantêm a censura foram atropelados pelas redes sociais por onde circularam notícias falsas e opiniões agressivas. Nada puderam fazer.

        Falta debater

        No momento em que ouvintes e telespectadores querem acompanhar comentários, surpreendem-se com o silêncio. É um tema que a Associação Brasileira de Imprensa, junto com outras entidades que zelam pela liberdade de opinião, deveriam trazer de imediato à pauta de debates.

        Três pontos

        As atenções se concentram nas questões propostas pelo futuro governo federal. Entre elas:

1) a substituição da lei do teto de gastos por um novo marco fiscal. Significará aumento de pressões, sobretudo dos governadores que buscam mais recursos.

2) Fim da paridade internacional de preços da Petrobras, criada no governo de Michel Temer. Poderá vir com um aditivo: transparência nas contas da estatal.

3) Reforma tributária com a simplificação de tributos. É a forma mais rápida de fazer o dinheiro, que sai dos contribuintes, chegar aos cofres públicos.

    Parou no desvio

    O site quantocustaobrasil.com.br, também conhecido como sonegômetro, foi criado pelo Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional. Atingiu R$ 521 bilhões e 473 milhões ontem à tarde. A contagem começou a 1 de janeiro deste ano.

Nuvens pesadas

O Fundo Monetário Internacional revisou para baixo, há poucos dias, a projeção de crescimento global que deverá avançar 2,7%. Significará o mais fraco desempenho desde 2001. A expectativa é de muitos  países enfrentem a recessão. A avaliação acrescenta: o crescimento da China, que havia atuado como contrapeso às crises na Europa e nos Estados Unidos, está em desaceleração. Como consequência, haverá redução das exportações brasileiras para o mercado chinês.

        Tropeço

Não foi desta vez que o PT chegou ao governo de São Paulo, Estado onde surgiu.

Rodízio

Desde a redemocratização, o PT venceu a eleição na Bahia pela terceira vez. O PFL esteve no governo por seis vezes e o PMDB, duas.

 

Diferenças

A vitória mais previsível em todos os Estados foi a de Jorginho Mello, do PL, em Santa Catarina, que disputou domingo com Décio Lima, do PT. Surpresas ocorreram só a 2 de outubro: 1º) o governador Carlos Moisés chegou em terceiro lugar com 16,9% dos votos. Em 2018, alcançou 71% no 2º turno. 2º) O MDB abdicou de ter o cabeça de chapa e indicou o vice de Carlos Moisés.

Compartilhe essa notícia: