Segundo Imannuel Kant, “O sábio pode mudar de opinião. O ignorante nunca”. 

 

Ouvir é um princípio importantíssimo da vida em comunidade; um compromisso de todos nós, no dia a dia e que me parece estamos perdendo esse hábito tão salutar para a nossa existência e aprendizados.

 

Já faz muito tempo que percebo a fragilidade na escuta ativa, aquela que de fato acontece de forma atenciosa e concentrada. De modo geral, vejo as pessoas ouvindo as outras mais com o intuito de retrucá-las, do que propriamente de compreendê-las e isso no ambiente organizacional é uma verdadeira bola nas costas e não é nenhuma surpresa que a fragilidade da escuta ativa também faz muitos estragos nas demais dimensões da nossa vida.

 

Quem nunca viveu a experiência do desgaste nas relações interpessoais só porque não entendeu o que foi dito em uma conversa que muitas vezes pode ser trivial, mas que pode deixar sequelas de desentendimentos gerados simplesmente porque as pessoas não estão atentas e afim de ouvir querendo compreender.

 

Vivemos em um tempo onde a distração acontece facilmente, pois basta você ter um telefone celular a mão e você pode fazer tudo, menos ter foco naquilo que de fato precisa fazer.

 

Não bastasse o contexto que propicia a distração, também temos para potencializar a fragilidade na escuta ativa, a questão de que no nosso país, há uma séria motivação para a verdade única, que propicia um entendimento binário de tudo; ou seja, ou a pessoa está com comigo ou passa a ser minha inimiga, simplesmente porque pensa diferente de mim e essa conta chega no ambiente organizacional e ela oportuniza a transformação de uma empresa, que precisa ter missão e valores em sintonia, em verdadeiros feudos, onde os setores da organização competem entre si e onde as equipes se estranham de tal maneira que muitas vezes a ausência de diálogo faz ocasionar um adoecimento emocional coletivo.

 

Acredito que ouvir querendo compreender os outros é um diferencial competitivo simplesmente porque na vida e no ambiente organizacional, nós crescemos, aprendemos e evoluímos com as diferenças, com o divergente. A vida é assim e quem quer alcançar alta performance naquilo que faz, necessariamente precisará trabalhar em equipe e a favor da equipe e equipe boa é aquela onde há opiniões, entendimentos e posicionamentos que podem divergir e por isso mesmo podem oportunizar novas possibilidades de solução, ou como eu denomino: o caminho do meio; o caminho do equilíbrio. Além disso, a pandemia nos tornou verdadeiros adultos inéditos e a nossa reinvenção passa, necessariamente, pela cooperação, pela co-criação, e como nós vamos cooperar se não nos relacionarmos com as outras pessoas? Como vamos nos fortalecer coletivamente sem diálogo? Como vamos transformar o caos que vivemos agora em aprendizados e soluções se não for no coletivo?

Eu não vejo outro caminho que não seja o da união de esforços e isso exige da gente a empatia e a disposição de ouvir querendo compreender os outros.

Aprender a conviver com pessoas que pensam diferentes de nós é primordial porque quando nos mantemos alinhados somente com quem tem pensamento idêntico ao nosso acabamos por disseminar uma prática que não é construtiva, que nos deixa na zona de conforto e ninguém cresce na zona de conforto. Ninguém cresce numa bolha de pensamento único. As diferenças nos qualificam!

Você já notou que tem gente que basta uma única palavra e a revolta acontece e de uma hora para a outra, a pessoa sai do grupo, maldizendo o que escutou e sentenciando o que falamos como se tivéssemos cometido um crime? Os ânimos ficam exaltados e se não acontece o diálogo, se instala a animosidade e muitas vezes a rejeição.

Pensar faz bem e compartilhar o que pensamos com as outras pessoas precisa ser uma experiência de reciprocidade e acolhimento, mesmo em circunstâncias onde nós podemos ter uma linha de pensamento totalmente contrária com quem estamos dialogando.

Vivemos na era da informação e paradoxalmente estamos deixando de praticar uma conversa construtiva e passamos a nos tornar desinformados, deixando nosso egoísmo suplantar as relações sociais que tanto bem faz para todos nós.

Precisamos entender que a verdade é um ponto de vista e ao respeitarmos o posicionamento das pessoas com as quais convivemos, nós abrimos portas para o entendimento, a compreensão, para o aprendizado e para o crescimento coletivo.

 

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*Jo Lima é coach, palestrante e mentora em desenvolvimento humano e capacita
profissionais para alta performance e gestão de equipes.
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