O presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, está preenchendo mais uma página da famosa série Coisas Nossas, Muito Nossas. Diante do lucro de R$ 44 bilhões e 500 milhões da estatal, nos três primeiros meses deste ano, declarou:
1º) “Não vou me desviar da prática de preços de mercado. Quanto mais forte é o resultado da empresa, mais impostos são recolhidos para a União, o que beneficia a sociedade.” Deve se referir à sociedade dos acionistas da empresa.
2º) “A paridade com o preço internacional de mercado é necessária para garantir o abastecimento do País.” O Brasil não é autosuficiente na produção de petróleo?
2º) “Há confusão em relação aos principais vetores do resultado financeiro da companhia.” Trocando em miúdos, os vetores fulminam o bolso dos consumidores da gasolina, do óleo diesel e do gás de cozinha.
Adicional
Além do lucro de R$ 44 bilhões e 500 milhões de janeiro a março, 3.700% maior do que há um ano, a empresa anunciou dividendos de R$ 48 bilhões.
Encruzilhada
O jornal O Estado de São Paulo tem se referido à ampliação dos apoios partidários à candidatura do presidente Jair Bolsonaro.
Um deles é do PSDB do Centro do País, diante das dificuldades de João Doria. Em Minas, por exemplo, ele ficará sem palanque, porque os tucanos não terão candidato ao governo do Estado. No Rio de Janeiro, apoiarão o indicado pelo PL.
O outro partido é o MDB, que tem no deputado federal Osmar Terra uma das lideranças. Ele relembra o desastre em 2018, quando a bancada federal perdeu mais de 30 parlamentares por vários fatores, a começar pela candidatura fraca de Henrique Meirelles à Presidência da República. Alerta que o erro não pode ser repetido.
Tem lado definido
Terra vai adiante: “Não construímos uma candidatura viável ao Planalto, que possa ser protagonista. O MDB não se prepara. Na última hora, tira um nome da manga e ficamos sem protagonismo. A senadora Simone Tebet é íntegra, mas sem capilaridade. Não podemos repetir o equívoco. A polarização está entre Lula e Bolsonaro. Temos identidade com Bolsonaro. Então, desde o 1º turno, darei meu voto a Bolsonaro. Estamos criando um movimento para que isso aconteça. Não nos iludamos: o MDB do Nordeste já está alinhado com Lula. Nós, do Sul, temos que tomar uma decisão com relação à polarização.”
Debate sobre maus tratos
O deputado estadual Mateus Wesp, do PSDB, protocolou projeto de lei na Assembleia Legislativa que declara os rodeios crioulos como patrimônio histórico e cultural imaterial do Rio Grande do Sul. Vai na contramão do projeto apresentado pelo deputado Rodrigo Maroni, do mesmo partido, que proíbe a participação de animais em rodeios, alegando ser uma prática importada dos Estados Unidos e causadora de maus tratos. Wesp rebate, dizendo que “faz parte da tradição campeira gaúcha”.
Expectativa para saber qual dos dois lançará mais votos, quando o projeto chegar ao plenário para decisão.
Um dia depois do outro
A 6 de outubro de 2006, Luiz Inácio Lula da Silva, participando de comício em Salvador, disse que Geraldo Alckmin, seu adversário no 2º turno, iria privatizar o Banco do Brasil, a Petrobras e a Caixa Econômica Federal. Hoje, o PT não precisa se preocupar. Ao entrar no PSB, Alckmin defende que todos os meios de produção devem ser estatais.
Rota equivocada
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, quer cooperação internacional no debate sobre a implantação do semipresidencialismo. Para ele, a situação tem se tornado inviável por causa do grande número de partidos.
Observações: 1ª) o excesso é assunto para o Congresso resolver. Não toma a iniciativa porque não quer. Há uma questão de conveniência: quanto mais siglas, mais oportunidades de barganhas para a obtenção de votos nos plenários. 2ª) Quanto à cooperação, deveriam vir para ensinar como criar um sistema tributário menos complicado, a adotar normas contra a burocratização e a estabelecer critério mais transparente em relação ao dinheiro público.
Gostam de sonhar
Ao final da campanha eleitoral, será entregue o prêmio de melhor roteiro adaptado da obra Todos no País das Maravilhas.
Em alta
A Gerdau, maior empresa brasileira produtora de aço, teve origem em Porto Alegre no começo do século passado. Este ano, investirá R$ 2 bilhões em Minas Gerais, direcionados à expansão, à modernização e ao aprimoramento de práticas ambientais e sociais. Até 2026, totalizará 6 bilhões.