Na edição de terça-feira, esta Coluna publicou o que foi pago pelo governo federal, a partir de 1º de janeiro deste ano, para rolar a dívida pública: R$ 313 bilhões e 664 milhões. Ontem à tarde, o placar eletrônico jurometro.com.br tinha subido para R$ 315 bilhões e 930 milhões. Dinheiro que sai do bolso de cada brasileiro.

Foge no meio dos dedos

Também na terça-feira, a Coluna divulgou o total sonegado de tributos, desde o começo deste ano: R$ 521 bilhões e 473 milhões. O placar eletrônico quantocustaobrasil.com.br, ontem à tarde, estava em R$ 524 bilhões e 940 milhões. Valores arrecadados nas vendas de produtos e serviços, por exemplo, e que ficam no meio do caminho.

Descruzem os braços

       Pelo menos uma parte dos 594 congressistas poderá justificar os mandatos se começar a debater, em março, a Federação brasileira. As eventuais abordagens, ao longo dos anos, têm sido superficiais e desprovidas de conhecimento. Parlamentares parecem ignorar que o País vive, apesar do regime republicano, o centralismo rígido e autoritário do Império.

       Vem de longe

       O primeiro atropelo ocorreu em 1891, quando o Marechal Deodoro da Fonseca dissolveu a Constituinte eleita e nomeou integrantes conforme sua preferência. Tudo se decidiu en petit comité, como diziam na época, quando o francês era a língua da elite. O interesse em assegurar o poder ficou comprovado: as províncias foram transformadas em Estados apenas nos decretos. Continuaram extremamente  submissos à capital federal.

       Conformismo

       No próximo dia 15, a Proclamação da República completará 133 anos e o quadro não muda: quase tudo depende de Brasília. Há décadas, o governo federal faz mais: exerce o pseudodireito arbitrário e inconstitucional de não cumprir o orçamento aprovado pelo Legislativo, negando repasses aos Estados.

       Humilhante

       Os governadores que assumirão a 1º de janeiro vão retomar a tradição de peregrinar pela Esplanada de Brasília, mendigando recursos que saem dos municípios e dos Estados para abastecer o Tesouro Nacional. O pior é que muitas das decisões não são tomadas pelos ministros, mas por grupos técnicos que se consideram donos do cofre.

       Sem coragem

       Ainda que as provas do desequilíbrio sejam evidentes, o Congresso se recusa a revisar a distribuição de impostos colhidos em todo o País. Seus integrantes acham adequada a destinação de 58% para Brasília; 24% aos Estados e 18% aos municípios. O silêncio da maioria é garantido pela manutenção das famosas emendas parlamentares e outros favores.

       Acreditaram

       Circulam pelas redes sociais de todo País imagens de manifestantes, no Centro de Porto Alegre, quarta-feira, festejando de forma incontida a prisão do presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes. A alegria durou pouco e foi substituída por frustração: caíram no conto da notícia falsa distribuída pelo telefone celular.

           Ontem, durante novas manifestações, uma câmera da RDC TV foi destruída por exaltados.

       Há quatro anos

       Notícia de 3 de novembro de 2018: o juiz Sérgio Moro levará para o Ministério da Justiça integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato. A intenção é ter principalmente nomes da Polícia Federal e da Receita Federal atuando na pasta, que passará a comandar a Segurança Pública. Para colocar em prática a promessa de uma agenda anticorrupção e anticrime, terá orçamento de R$ 4,8 bilhões em 2019, o maior da década.

       Pouco depois

       Moro assumiu a 2 de janeiro de 2019. A 24 de abril, desentendeu-se com o presidente Jair Bolsonaro e deixou o cargo.

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