A pergunta é cada vez mais frequente nas rodas que se formam para tratar do cotidiano: quem tem saudades da inflação? Dos tempos em que a taxa anual ultrapassava 2.000%, como ocorreu várias vezes na década de 1980. Lembrar o período das maquininhas de remarcar preços, trabalhando todas as noites, é a melhor maneira de valorizar a estabilidade conquistada a partir do Plano Real.

Medo da disparada

O esforço conjunto dos governos e das cadeias produtivas deve ser, novamente, o de não permitir que em algumas semanas os preços subam o que antes demorava um ano. Até 1995, os assalariados tinham de correr aos locais de compra tão logo recebiam, porque o dinheiro em 10 ou 15 dias seria insuficiente.

Recuo inadmissível

Com o Plano Real, a inflação caiu e o consumo cresceu. A maioria percebeu que podia comprar as mesmas quantidades em qualquer dia do mês. O padrão de estabilidade se tornou meio caminho para que o país alcançasse o desenvolvimento.

Tocou o despertador

O presidente da Câmara, Arthur Lira, afirmou ontem que os deputados vão buscar alternativas legislativas para evitar novos aumentos nos preços dos combustíveis e do gás de cozinha. O tema será discutido na reunião do Colégio de Líderes, amanhã. Segundo Lira, o Brasil não pode tolerar gasolina a quase 7 reais e o gás a 120 reais. A iniciativa demorou. Se Suas Excelências forem além do discurso, talvez a população tenha algum ganho.

 

Em favor dos pobres

O ministro da Economia, Paulo Guedes, volta a defender que a Petrobras e o Banco do Brasil entrem na fila de privatizações. O dinheiro das vendas seria usado em um fundo contra a miséria. Está aí um bom tema para debate na campanha presidencial do próximo ano.

Quando a jamanta fica sem freios

A 29 de setembro de 1996, os jornais noticiaram que o governo federal desembolsaria 2 bilhões e 400 milhões de reais, naquele ano, com o pagamento de sentenças judiciais trabalhistas. O valor correspondia a 6 por cento da folha de salários da União. A secretária executiva do Ministério da Administração, Claudia Costin, declarou que “era um dos maiores ralos do dinheiro público”.

O que foi feito para impedir?

Arte de complicar

       Especialistas na área pública afirmaram que as seguidas condenações do governo na Justiça do Trabalho eram facilitadas pela complexidade das leis e dos regulamentos que definiam a remuneração dos servidores públicos.

Falta transparência

       Os governos deveriam manter um placar eletrônico, informando aos que pagam impostos, os valores das indenizações trabalhistas. Ao mesmo tempo, corrigiriam os equívocos da legislação, o que não ocorreu até agora. A gestão pública é para ser exercida com responsabilidade e o dinheiro aplicado na retribuição com serviços.

Não convém brigar

       O Boletim Macro da Fundação Getúlio Vargas revela: a China ficou com 63% das vendas externas brasileiras de minério de ferro, 69% da soja em grão e 49% do petróleo.

Desatenção

Com destaque reduzido, o Dia Mundial da Prevenção à Gravidez na Adolescência foi assinalado no último domingo. Dados do Ministério da Saúde mostram: ocorrem mais de 19 mil nascimentos por ano, cujas mães têm idade entre 10 a 14 anos.

 Tristeza dupla: 1) o Brasil está acima da média mundial e registra altas taxas de gravidez precoce em relação a outros países; 2) deixaram passar a oportunidade de informar sobre a circunstância que atinge adolescentes e meninas.

Depois de quebrarem os pratos

O jornal El País atualizou ontem o cenário:

“O peronismo cerrou fileiras para conquistar votos e reter o poder no Congresso da Argentina. O Gabinete que resultou da guerra aberta entre o presidente Alberto Fernández e sua vice Cristina Kirchner começou a funcionar como um rolo compressor para evitar que o terreno perdido nas primárias deste mês se confirme nas eleições legislativas de 14 de novembro. São mensagens de unidade, reuniões às 8h na sede do Governo e anúncios a conta-gotas de medidas políticas e econômicas destinadas a melhorar o bolso e o humor social dos argentinos.”

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