A semana que antecede a ida às urnas faz as assessorias das campanhas acionarem com maior frequência as antenas para varreduras de 360 graus. Tentam detectar o perigoso elemento surpresa.
Passado se apaga
No período que antecede o 2º turno, circula o que se chama ônibus eleitoral. Sempre tem lugar no corredor. Fazendo paradas frequentes, vai recolhendo candidatos que, antes do 1º turno, faziam acusações fortes aos que agora apoiam. Para muitos que votam fica difícil entender.
Exigência de maioria
Os defensores do 2º turno, durante a Constituinte de 1988, usaram vários argumentos. Um deles: em 1955, Juscelino Kubitschek se elegeu presidente com 35,68% dos votos. Juarez Távora obteve 30,27% e Ademar Barros 25,77%. A Constituição de 1946 não exigia a necessidade de 50% dos votos mais um.
Não é menos importante
Jornais, no final de semana, destacaram que a Câmara dos Deputados aguarda o resultado do 2º turno para avançar com a proposta do semipresidencialismo. Antes, deveria analisar e debater a possibilidade de instituir o sistema unicameral, seguindo exemplos de Portugal, Suécia, Dinamarca, Finlândia, Suécia, Israel, Noruega e Peru.
Contra lentidão
A principal vantagem da fusão entre Câmara dos Deputados e Senado é a facilidade de criação e modificação de leis, por meio da simplificação do processo legislativo. As reformas tributária e administrativa, entre outras, arrastam-se há mais de 30 anos na Ilha da Fantasia. Deputados federais jogam a solução para senadores e vice-versa. Sabe-se quem perde com a tática da tartaruga.
Nova rodada
Oito municípios brasileiros terão eleições suplementares no próximo domingo, porque os prefeitos perderam o mandato ou a Justiça cassou o registro. Três são do Rio Grande do Sul: Cachoeirinha, Cerro Grande e Entre Rios do Sul. Os escolhidos vão administrar por dois anos.
Há 92 anos
A 24 de outubro de 1930, o presidente da República, Washington Luís, foi deposto, 21 dias antes do término do mandato. Saiu preso do Palácio do Catete, sede do governo, e levado ao Forte de Copacabana. Uma Junta Militar assumiu a Presidência, repassada a 3 de novembro do mesmo ano a Getúlio Vargas.
Sinal de chamas
Na entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, publicada sexta-feira, o vice-presidente Hamilton Mourão acendeu o fósforo perto do tonel de gasolina: “Acho que o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes, ultrapassou os limites de sua autoridade e está prevaricando ao atuar como investigador, denunciador e parte ofendida”.
Senador eleito, Mourão também antecipou: atuará para que a próxima legislatura discuta o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal.
Busca dos votos perdidos
Está claro qual é o alvo. No 1º turno, 20,9%, correspondendo a 32 milhões 700 mil pessoas aptas a votar, não compareceram para exercer o direito. A diferença entre Lula e Bolsonaro foi de 6 milhões e 190 mil votos.
Chegam a cansar
Começa a surgir consenso de que o prazo de um mês para a realização do 2º turno é demasiado. As propostas dos candidatos ficam conhecidas na campanha do 1º turno. Três semanas seriam suficientes para os arranjos que, muitas vezes, unem adversários e nada mais.
Um, dois
1) Com discurso de ataque, Sérgio Moro, senador eleito, apareceu ontem na propaganda de Jair Bolsonaro em rádio e televisão.
2) A senadora Simone Tebet jogou-se em tempo integral na campanha de Luiz Inácio Lula da Silva. Empolga tanto a executiva nacional que o convite para assinar ficha no PT é cogitado.
Enganaram-se
Falta perguntar aos criadores do Vale do Silício, na Califórnia, berço da Revolução Digital, o que acham sobre a utilização de suas invenções para espalhar notícias falsas. Nos primórdios do avanço sem precedentes, acreditavam estar contribuindo para melhorar a Humanidade por meio do conhecimento compartilhado.
Atropelam tudo
O editorial do Diário do Comércio, de Belo Horizonte, sexta-feira, resumiu a distorção: “Triste constatar que modernidade às vezes pode significar involução e que todas as promessas e tentativas de barrar tais abusos deram em nada, numa explícita recomendação – que não vale apenas para nosso País – de que à frente alguma coisa mais séria precisa ser feita.”
Perda de tempo
O Senado analisará projeto de lei para proibir a abertura de contas em redes sociais por menores de 12 anos. Com regras para aplicativos, plataformas, produtos e serviços digitais, determina que provedores devem criar mecanismos de verificação de idade dos usuários. Será mais fácil estancar o giro dos anéis de Saturno.
Boa notícia
Em setembro e pela segunda vez, a produção total de petróleo no Brasil ultrapassou a barreira dos 4 milhões de barris por dia. A primeira tinha sido em janeiro deste ano.
Há 110 anos
A 22 de outubro de 1912, começou a Guerra do Contestado na fronteira dos estados do Paraná e de Santa Catarina. Estimativa de que tenham morrido 10 mil pessoas. Envolveu a disputa de terras onde seria construída a estrada de ferro ligando São Paulo ao Rio Grande do Sul. Os desalojados provocaram uma crise social. O governo federal enviou tropas para dispersá-los. Após várias derrotas, as forças federais conseguiram vencer os sertanejos em 1916.
Lamentável Algumas empresas de telemarketing continuam desobedecendo a ordem da Agência Nacional de Telecomunicações que manda utilizar o prefixo 0303 para identificá-las quando ligam. Insistem nas ofertas de produtos e serviços que não interessam. O avanço das comunicações, que tanto beneficia, serve para inescrupulosos incomodarem.
Oito meses trágicos
A notícia percorreu o mundo a 24 de fevereiro deste ano: “Rússia ataca por terra, ar e mar para tomar a Ucrânia. Cem mil fogem do país em meio ao avanço das tropas de Vladimir Putin.” A estimativa é de que 11 milhões de ucranianos deixaram suas casas e 5 milhões abrigaram-se em outros países.
As portas em Moscou seguem fechadas ao diálogo. A única condição aceita pelo Kremlin é a renúncia do governo de Volodymyr Zelensky para que Putin tome conta do poder.
Missão incompleta
A Organização das Nações Unidas (ONU) completa hoje 77 anos. A 24 de outubro de 1945, foi criada em São Francisco da Califórnia, Estados Unidos, para substituir a Liga das Nações. O objetivo era manter a segurança e a paz mundial, promover os direitos humanos, auxiliar no desenvolvimento econômico e no progresso social, proteger o meio ambiente e prover ajuda humanitária em casos de fome, desastres naturais e conflitos armados. Cumpriu a missão só nas primeiras décadas.
Tornou-se pequena
Hoje, a ONU, instalada num suntuoso edifício de Nova Iorque, junto ao rio Hudson, é um grande cabide de empregos. O porte contrasta com o medo e a inoperância. Uma prova está na incapacidade de buscar a mediação no conflito do Leste Europeu. Sua linha de conduta foi dominada por países de esquerda que temem contrariar Putin, sucessor das práticas de Joseph Stalin.
