Tesoureiros alegres

A parcela de junho do Fundo Partidário, no valor de 69 milhões e 754 mil reais acaba de ser depositada nas contas bancárias de 23 siglas.

As 10 primeiras aquinhoadas: PSL (8 milhões e 192 mil reais); PT (6 milhões e 879 mil); PSDB (4 milhões e 286 mil); PSD (4 milhões de 186 mil reais); PP (3 milhões e 998 mil); MDB (3 milhões e 969 mil); PR (3 milhões e 818 mil); PRB (3 milhões e 655 mil), DEM (3 milhões e 367 mil) e PDT (3 milhões e 348 mil).

Derrubar barreiras

Passada a pandemia, com seu rastro de destruição, vai se conhecer o número total do fechamento de empregos no país. A alternativa de muitos será abrir o próprio negócio, utilizando recursos que possam conseguir. Para isso, o Brasil não poderá continuar sendo o 124º país do ponto de vista da facilidade que as empresas têm de se instalar. O dado consta do último levantamento do último Doing Business, publicação do Banco Mundial, que mede o impacto das regulamentações sobre as atividades em todos os países.

Há modelos

A decisão de facilitar a abertura de empresas não pode passar pela tradicional fórmula da Câmara dos Deputados: formação de uma comissão para estudar, que dá origem a outras. A solução está em escolher modelos consagrados de países desenvolvidos em que a liberação se dá 24 horas após o pedido. Sem mistérios e burocracia.

Condição

O que muitos têm dificuldade de entender, quando ressurge a hipótese de pacto nacional ou nos estados: não se trata de diálogo depois que as posições estejam tomadas, mas entendimento para tomar decisões.

Arquivo

Há 23 anos, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, órgão do governo federal, previu que o déficit da Previdência Social em 2020 chegaria a 40 bilhões de reais. No final deste ano, atingirá 250 bilhões de reais.

Comparando

Na Política, como em rios caudalosos, a torrente não permite a formação de remansos para que se possa ver com clareza o fundo.

Incontestável

Em uma teleconversa de jornalistas, quando a Política entrou na pauta, um dos participantes lembrou a pergunta de Dom Jayme Chemello, que presidiu a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, de 1998 a 2002: “Você já entrou na Câmara dos Deputados, no Senado e nas casas do governo em Brasília? Aquilo não é o Brasil.”

À medida em que o tempo passa, suas palavras ganham mais força.

Redescobertas

O isolamento faz com que voltem hábitos para os quais não sobra tempo em períodos normais. Abrir gavetas e revisar papéis é um deles. Em abril de 1956 não havia pandemia, mas o jornalista Jacinto de Thormes dedicou uma tarde para conferir o que tinha guardado. Achou preciosidades e publicou no Diário de Notícias, do Rio de Janeiro, onde tinha coluna.

Memórias e sentimentos

Em uma gaveta, Jacinto se deparou com o que já nem lembrava e descreveu: “Encontrei imagens de Jerusalém, bandeirolas de Nova Iorque, luvas de Buenos Aires, recortes de Lima, versos de Montevidéu, contas de Paris, telefones de Londres, saudades de Roma, cardápios de Zurique, elogios escritos das esplêndidas montanhas do Líbano, cartão da velha Lisboa e respingos de toda parte.”

Humor necessário

Millôr Fernandes sobre impostos: “Me arrancam tudo à força e me chamam de contribuinte.”

É assim

Toda a vez que governos anunciam cortes nos gastos públicos, tem-se a certeza de que o povo não vai mais morrer de fome, mas de rir.

Na balança

O resultado da eleição presidencial nos Estados Unidos, que ocorrerá a 3 de novembro, revelará a avaliação de duas circunstâncias: os êxitos de Donald Trump na Economia e a intervenção tímida do governo para salvar vítimas da pandemia.

Receita deve mudar

Há sintomas do funcionamento desarmônico do sistema de saúde no governo federal. O diagnóstico da falta de comando fica mais evidente.

De estarrecer

Os que pediram ajuda de 600 reais ao governo e não tinham direito seguem regras: 1) honestidade quer dizer ingenuidade; 2) quando um governo confia no próximo, demonstra que lhe falta malícia; 3) honrar a palavra, só quando não é prejudicial ao oportunista.

Ajuda aos banqueiros

O deputado federal Gildenemyr de Lima Sousa, do PL do Maranhão, apresentou projeto para criar o Fundo Nacional de Combate a Roubo e Furto de Instituições Financeiras e Congêneres. Até aí, tudo OK. Sua Excelência, porém, prevê o uso de recursos do orçamento federal para engordar o caldo. Aí já é demais. Pior: a Câmara dos Deputados perde tempo, debatendo o assunto como se faltasse dinheiro aos bancos.

Ainda enganam

A cada começo de campanha eleitoral, os praticantes da demagogia e da má fé simulam desconhecer que é impossível atender a tudo e tudo fazer. Alguns alquimistas do estilo acabam se elegendo, conjugando melodia e metáfora.

 O que dirão?

Os institutos de pesquisas poderiam fugir do habitual, perguntando aos principais candidatos como imaginam que os eleitores os veem e julgam. Ajudaria muito.

Do arquivo

Há 23 anos, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, órgão do governo federal, previu que o déficit da Previdência Social em 2020 chegaria a 40 bilhões de reais. Em dezembro deste ano, atingirá 250 bilhões de reais.

Nova possibilidade

Com a chegada da pandemia, o Congresso Nacional agiu rápido e admitiu a telemedicina de modo excepcional e temporariamente, inclusive nas consultas a distância. Reconhecida em outros países desde 1999, surgirá pressão em Brasília para que o processo se torne definitivo, garantindo segurança jurídica necessária aos médicos e aos pacientes.

Caso único

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, foi escolhido relator de uma ação em que o Ministério Público do Rio de Janeiro contesta o foro privilegiado do senador Flávio Bolsonaro no caso das rachadinhas.

Fato suficiente para se tornar assunto de debates em bares de esquina, dando chance à abertura de bolsas de apostas sobre o resultado.

Isso não acontece em nenhum outro país.

Há 30 anos

No começo de julho de 1990, Mikhail Gorbatchev voltou a ferir os velhos comunistas: “Mercado não é invenção do capitalismo, mas sim da civilização.” Rebatia acusações de que pretendia instaurar o capitalismo. Disse ainda: “O direito do cidadão a uma vida digna implica acesso ao consumo. Isso nunca existiu na União Soviética.”

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