Tempo da manipulação

O advogado Ronaldo Lemos, especialista em tecnologia, na entrevista ao jornal O Dia, do Rio de Janeiro, publicada domingo, explicou:

“Quem tem dinheiro pode artificialmente comprar o debate público, dando a impressão de que há um grande número de pessoas falando sobre um determinado assunto, quando na verdade o que há são robôs e outras táticas, agindo de forma articulada para passar essa impressão. Isso torna a democracia refém de grupos ocultos que se organizam para propagar campanhas massivas de desinformação.”

É o golpe do momento.

Espaço aberto

O Tribunal Superior Eleitoral, desde sexta-feira, faz consulta pública para coletar contribuições a respeito dos impactos da pandemia de Covid-19 na ida às urnas. O objetivo é ampliar o debate com entidades da sociedade civil para adoção das medidas necessárias à realização do pleito. A iniciativa é elogiável e o acesso se dá pelo endereço: tse.jus.br

Busca do consenso

O prazo para participação na consulta irá até o dia 30 deste mês. As propostas serão avaliadas por Comitê composto por representantes de várias áreas do Tribunal. A divulgação do relatório ocorrerá a 15 de julho.

No caso de propostas que dependam de alteração constitucional ou legislativa, o TSE se limitará a se manifestar sobre a viabilidade técnica e a conveniência das medidas sugeridas.

Desastre

Estudos estimam que o coronavírus poderá produzir mais de 12 milhões de desempregados em todo o país, elevando a taxa de desemprego para 23,8 por cento.

Sem solução

Enquanto não for encontrada vacina contra a pandemia, persistirá o debate entre manter vidas ou demolir a Economia. A decisão de suspender atividades comerciais enfurece empresários que enfrentam prejuízos inimagináveis. Os governantes querem escapar do julgamento futuro que poderá enquadrá-los como negligentes, na hipótese de o número de mortes crescer mais.

Recuperação difícil

No mundo dos negócios, as Micro e Pequenas Empresas têm um peso relevante na economia nacional e são as primeiras vítimas da crise. Atualmente, correspondem por 27 por cento do Produto Interno Bruto brasileiro, somando 52 por cento da mão de obra formal e 40 por cento de toda a massa salarial. São mais de 8 milhões de 900 mil Micro e Pequenas Empresas no país.

Talento inesquecível

Na próxima sexta-feira, serão assinalados os 100 anos de nascimento do jornalista Carlos Castello Branco, um dos mais notáveis colunistas da história da Imprensa brasileira. Estilo claro e conciso, foi um pensador político com grande capacidade de análise.

Houve um tempo duro e sofrido, de salários baixos, em que Castello trabalhava em dois jornais, sem que os proprietários soubessem. No Diário Carioca, assinava artigos como Epitacinho, mesmo nome de um grande apoiador de Getúlio Vargas. O outro jornal era a Tribuna da Imprensa. Seu diretor, Carlos Lacerda, era antigetulista e o chamou para dizer: “Castello, responde a esse Epitacinho, uma figura detestável.” A resposta: “Pode deixar.”

Castello saía de casa com dois artigos prontos. Um para irritar Lacerda e outro para responder ao ataque.

Há 25 anos

Em junho de 1995, o Banco Central alterou a banda cambial, que abriu espaço para desvalorização de 0,6 por do real em relação ao dólar. O mínimo passaria a ser de 91 centavos e o máximo 0,99 centavos. Desde março do mesmo ano, vigorava a faixa de 88 centavos a 93 centavos.

Cortinas de fumaça

Mais uma para ser acrescentada à série Coisas Nossas, Muitos Nossas: a economia brasileira registra o maior choque de sua história com a queda de 9,73 por cento na prévia do Produto Interno Bruto. O foco do noticiário, porém, está voltado para brigas e futricas entre poderes.

Água batendo no queixo

Os dados de endividamento das famílias, divulgados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo para este mês, significam mais um retrato do impacto econômico da pandemia. O percentual de 67,1 por cento é o maior dos últimos 18 anos.

Mudança radical

Com a escassez na arrecadação de tributos, a gestão pública precisará passar por fase de adaptação, incluindo mais controle e transparência. Foi-se o tempo da bonança.

 Mistério

Está aberta a bolsa de apostas para tentar descobrir o dia em que o ministro da Economia, Paulo Guedes, romperá o estranho isolamento a que se impôs. Precisa dizer qual o rumo que o país tomará para tentar sair da crise. Governo existe para isso.

O que aprendem

Nas aulas de Ciência Política, os professores costumam ensinar: “As nações se mantêm vivas pelo tato de quem tem um programa voltado ao desenvolvimento.”

Escolha da rota

Com ameaças veladas do tipo “se esticar a corda…” o país não encontrará o melhor caminho. Será preciso muito mais.

Não dá para acreditar

O prefeito de Gravataí, Marco Alba, está revoltado: recebeu a comunicação de que a empresa Mercado Livre não mais vai se instalar no município, frustrando a expectativa surgida há um ano. Seria um centro de distribuição com metodologia e tecnologia de negócios inovadores para o Rio Grande do Sul e o País. Marco apoiou integralmente o projeto. A empresa não queria renúncia, mas mudança no momento da tributação.

Com a decisão inarredável de técnicos da Secretaria da Fazenda do Estado, 2 mil empregos deixarão de ser criados em Gravataí. O empreendimento da Mercado Livre irá para Santa Catarina.

Qualquer coisa pelo poder

A memória às vezes é curta, mas sai governo, entra governo e a história não muda muito. Em junho de 1993, deputados federais do PMDB e do PFL, os maiores partidos do Congresso, disputaram cargos do segundo escalão. O objetivo era criar clima de instabilidade para o plano do ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, que tinha assumido em maio e pretendia derrubar a inflação. Indignados, os dois partidos disseram que não aceitariam “sobras do PSDB”.

Inalterável

Duas conclusões do que aconteceu há 27 anos: 1ª) correu-se o risco de ver o Plano Real naufragar devido à  fome demasiada por cargos; 2ª) o que o presidente Bolsonaro cede ao Centrão agora faz parte de um jogo que está no DNA da gestão pública.

Surpresos

À medida em que se sucedem desavenças no governo federal, partidos de oposição vão empilhando argumentos para utilizarem nas campanhas. Mesmo que as eleições sejam municipais, não deixarão de lado a oportunidade.

Vale para hoje

Otto von Bismarck, o estadista mais importante da Alemanha no século XIX, dizia: “Em Política, faço como na caça aquática. Só ponho o pé para a frente quando estou certo de que o solo vai se sustentar.”

Identificam-se

Lideranças de partidos de extrema esquerda e de direita têm fórmula única: consideram-se donos da verdade e árbitros da ética. A História comprova que se dão mal.

Brincar é preciso

A paralisação das atividades em Brasília faz com que blocos humorísticos comecem a se organizar mais cedo. Entre os novos, virá com força o Na Crista da Crise.

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