Mudança do tempo

O noticiário político de ontem indica que os ventos do entendimento começam a soprar em Brasília, mais precisamente na Praça dos Três Poderes. Com isso, afastam-se aos poucos as nuvens do confronto e da brilhatura pessoal, que só atrapalham.

Não falta o que fazer

Quando as atividades estão em ritmo normal, a alegação é falta de tempo. Agora, senadores e deputados federais deveriam aproveitar o recesso da pandemia para dar um passo em busca da tão esperada reforma tributária.

Descomplicar

O ponto de partida seria a busca de um sistema simples de tributação, com fiscalização mais fácil. Da tarefa resultariam impostos que reduziriam custos de produção, favorecendo a geração de empregos. A criação de formas para diminuir a sonegação deveria entrar na lista. Os parlamentares, porém, parecem atingidos pelo vírus da inércia.

Rompida barreira

Por muitos anos, os defensores da estatização no país venceram os debates, sob argumento de que existem áreas estratégicas, como água e esgoto, das quais o Estado não pode abrir mão por envolverem questões de soberania. Uma das consequências é revelada pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento: o alto número dos que não têm acesso à água tratada nem são beneficiados com a coleta de esgoto.

Sozinho, o poder público está longe de atender às necessidades das populações. Hoje, em 94 por cento das cidades brasileiras, o serviço de saneamento é prestado por empresas estatais.

Ampla maioria

O Senado aprovou, quarta-feira, com 65 favoráveis e 13 contrários, o projeto de lei que abre espaço para entrada do capital privado nos serviços de água e esgoto. A partir de agora, haverá mais disponibilidade para investimentos privados. As estatais não poderão firmar novos contratos sem participar de licitação junto com empresas privadas.

Quanto

O objetivo é garantir o acesso de todos os municípios à água tratada e coleta de esgoto. Para que isso ocorra até 2033, serão necessários entre 500 e 700 bilhões de reais em investimentos.

Setores desprotegidos

A pandemia reforçou os argumentos dos defensores do projeto da ampliação no fornecimento de água e esgoto. Práticas de higiene, como lavar as mãos, estão entre as formas eficazes de prevenir o contágio e milhões de brasileiros ainda não têm acesso à água tratada.

Risco da imprudência

Não precisa ser especialista em comportamento para concluir que o isolamento em casas e apartamentos provoca cansaço e o desejo de sair. Porém, a lotação dos leitos das Unidades de Tratamento Intensivo mostra que a imprudência tem custo brutal.

Omissão

O Congresso Nacional deixou o tempo passar e em mais uma campanha eleitoral haverá a balbúrdia provocada pelas pesquisas eleitorais. Elas erram com muita frequência, influenciam na decisão do voto e causam danos. Institutos desconhecidos e sem responsabilidades divulgam resultados, muitas vezes forjados, que influenciam na tendência do voto.

Dá para confiar?

Exigir critério e transparência nas pesquisas não significa preconizar a censura, mas evitar que ocorra manipulação. Há uma forte e reconhecida tendência de optar pelos que estão nas primeiras colocações. A partir daí, muitos são escolhidos e frustram na condução da gestão pública.

Solução paliativa

As pesquisas eleitorais nos Estados Unidos são produzidas de forma tão intensa, que surgiram sites especializados na análise. Fazem uma média dos resultados, pois há muita discrepância entre eles.

Há 65 anos

Na última semana de junho de 1955, o presidente da República, Café Filho, promulgou a reforma eleitoral, que instituiu a cédula única. Até então, cada candidato ou partido político imprimia suas cédulas e se esforçava para que chegassem aos votantes.

Avançou

O Código Eleitoral Brasileiro de 1932, em seu artigo 57, já previa o uso das máquinas de votar. Só nas eleições municipais de 1996 as urnas eletrônicas começaram a ser utilizadas em 57 municípios do país.

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