Caminho mais curto

A centralização imperial do poder público em Brasília, problema que se arrasta há décadas, só poderá ser superada dando vitalidade ao municipalismo e a um novo pacto federativo.

A propósito, algum instituto poderia fazer pesquisa no Congresso para saber quantos parlamentares sabem com alguma profundidade o que é pacto federativo.

Times em campo

A CPI da Pandemia no Senado tem 11 integrantes titulares, sendo dois do MDB e dois do PSD; PP, PSDB, Podemos, DEM, PL, PT e Rede, um cada. O único gaúcho é Luis Carlos Heinze, do PP, na condição de suplente.

Além da CPI, outro abacaxi está posto na mesa principal do Palácio do Planalto: seguir as restrições do ministro da Economia, Paulo Guedes, em relação ao orçamento federal deste ano, ou ceder às exigências de gastos dos parlamentares.

Alta turbulência

Após semanas de embates com o presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, foi demitido a 16 de abril do ano passado. O substituto, Nelson Teich assumiu mas não completou um mês no cargo.

Distantes

O editorial do jornal O Tempo, de Belo Horizonte, ontem, fez a radiografia exata:

“Quase 40 milhões de brasileiros entraram na pandemia sem acesso à internet. Os dados, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e referentes a 2019, mostram que um quinto da população não tinha como acessar serviços públicos essenciais em meio às medidas de isolamento social. (…) O brasileiro sem internet não tinha como exercer as mais básicas atividades – ou seja, nem sequer podia exercer plenamente a sua cidadania.”

Sem usar maquiagem

Mauro Chaves publicou artigo no jornal O Estado de São Paulo, a 17 de abril de 1986, em que destacou:

“O deputado federal João Gilberto (PMDB-RS), da tribuna da Câmara, fez uma autocrítica leal e sincera no momento em que anunciou sua decisão de não se candidatar à reeleição. Pôs o dedo inteiro na ferida, ao afirmar que se sentia envergonhado quando algum eleitor ou repórter lhe perguntava sobre as vantagens dos legisladores em termos de ganhos, mordomias e privilégios.”

Posicionamento raro

O articulista acrescentou ainda o que disse João Gilberto: “As vantagens são tão complexas, construídas com tanta artimanha que é difícil dar uma resposta completa e cabal sem correr o risco de omissão. É o espírito de corpo que protege os desmandos do Legislativo”.

Mauro Chaves captou com precisão os principais momentos da fala de João Gilberto com a coragem que poucos parlamentares tiveram até hoje.

Estava na hora

O plenário da Câmara aprovou ontem projeto de lei, do deputado Luis Miranda (DEM do Distrito Federal), que isenta de penalidade infrações de trânsito cometidas por veículos de socorro, de Polícia e bombeiros, de fiscalização e operação de trânsito. A proposta segue para análise do Senado. Difícil imaginar que algum fiscal registre a multa…

Decisão

O Tribunal de Contas da União absolveu, na quarta-feira, a ex-presidente Dilma Rousseff e condenou o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli pelos prejuízos na compra da refinaria norte-americana de Pasadena. No processo, também foram condenados os ex-diretores Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró, delatores da Lava Jato.

Antigo costume

Mesmo com a pandemia, não faltam políticos em Brasília prontos a acender o fósforo para ver se tem gasolina no tonel.

Exigência de explicar

Alguns países desenvolvidos adotam modelo que o Brasil deveria seguir. No período de campanha eleitoral, quando um candidato vai à TV fazer propaganda e anuncia, por exemplo, que diminuirá o desemprego à metade, uma entidade civil, sem vínculo partidário, tem espaço garantido para indagar como se dará. É uma fórmula prática para evitar o populismo exacerbado.

Tumulto na Argentina

Esta semana, Cristina Kirchner cobrou a execução de projetos que não se concretizam e quebrou os pratos com o presidente Alberto Fernández, após um ano e quatro meses de governo. Cristina aceitou concorrer à vice-presidente da Argentina, em 2019, porque havia o risco de sua condenação durante o mandato em caso de vitória. Nos bastidores, diziam que Fernández seria o mordomo com a função de cumprir ordens. Não está conseguindo.

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