Desprezo com a receita

Às 4 h e 15 min da madrugada de ontem, o Sonegômetro atingiu 500 bilhões de reais. É o valor total que deixou de entrar nos cofres públicos desde o dia 1º de janeiro deste ano, quando o placar eletrônico começou a fazer o registro do dinheiro desviado. O acompanhamento pode ser feito no endereço: quantocustaobrasil.com.br.

Tem toda a credibilidade

O Sonegômetro foi criado em 2013 pelo Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional em colaboração com os Institutos Brasileiro de Planejamento e Tributação, Millenium e de Ética Concorrencial. O método usado nunca foi contestado.

Prejuízo vergonhoso

Entre os crimes de sonegação, constam: prestar declaração falsa ou omitir informações necessárias ao Fisco; alterar ou fraudar documentos exigidos por leis, alterar fatura relativa a operações mercantis, aumentar despesas para obter redução de impostos, entre outros.

A reforma tributária, que se arrasta há 30 anos, já se justificaria se tapasse os rombos.

Não reagem

É quase inacreditável que os Estados, com a força política que têm, deixem a União avançar sobre a arrecadação em todo o País. Quem explica os motivos pelos quais 60 por cento caem nos cofres do Ministério da Fazenda? O famoso passeio dos tributos a Brasília acaba sendo visto como natural. Para voltar, só em conta-gotas e como se fossem favores concedidos pelo poder central.

O que fica claro: abaixo da linha do Equador há uma instituição chamada Estados Desunidos do Brasil.

Precisam explicar

O Senado e a Câmara dos Deputados, que deveriam  abrir o debate sobre a desproporção dos recursos recolhidos pela União, são compostos por parlamentares eleitos pelos Estados. Ficam, porém, calados.

Quadro desolador

Muitos candidatos insistem em fórmulas esgotadas: vazio das propostas, demagogia de propostas inespecíficas e leviandade de agressões verbais.

Copa franca

A Dívida Pública Federal chegará ao final de dezembro, totalizando 4 trilhões e 390 bilhões de reais. Mesmo assim, há os que gritam, querendo aumento de gastos e mais endividamentos. O governo federal pode ser equiparado a empresas que, tendo entrado em concordata, sem qualquer esquema para pagar atrasados, continuam pedindo mercadorias dos fornecedores.

Quantia inacreditável

Só de juros para rolar a dívida do governo federal, os brasileiros pagaram 315 bilhões e 575 milhões de reais. É o registro do placar eletrônico jurometro.com.br, desde 1º de janeiro deste ano até amanhã de hoje. O valor corresponde a 35 vezes o orçamento do Ministério dos Transportes para 2020.

O que não querem perceber

Os fogueteiros da política brasileira defendem o clima do quanto pior, melhor. Precisam se convencer: não há nada de maior valor social do que a estabilidade da Economia.

Estamos longe

Nos países que buscam o equilíbrio, o setor público só gasta o total financiável por tributos e por empréstimos de custo suportável.

Abrem mão de um direito

Com a pandemia e o isolamento, o número de abstenções de eleitores aumentará. Somando-se aos votos nulos e brancos, vai se registrar recorde a 15 de novembro. Cabe ressaltar que, entre os 193 países existentes no mundo, em apenas 25 o voto é obrigatório. A grande maioria considera que não pode compelir a população a fazer o que não quer.

Dinheiro nasce em árvores

Até o final de setembro, as 23 siglas aptas a receberem verbas do Fundo Partidário já embolsaram mais de 650 milhões de reais. Sem contar os 2 bilhões do Fundo Eleitoral, aprovados em 2017 pelo Congresso. Sai do Tesouro Nacional para financiar as campanhas. Quer dizer, todos os que pagam impostos sustentam as candidaturas. Ninguém escapa.

Não bem assim…

O maior argumento para a entrada de dinheiro público nas campanhas eleitorais é de que favoreceria a renovação. Ocorreu o contrário. Levantamento do jornal O Globo revela que os reeleitos em 2014, 2016 e 2018 receberam quase cinco vezes mais do que os candidatos que concorreram pela primeira vez.

Descoberta tardia

Começam a surgir as brechas na Lei Anticrime, aprovada apressadamente em 2019. No Senado, foi por voto simbólico. Muitos parlamentares nem leram o texto completo.

Sem sair do lugar

A reforma administrativa para modernizar a gestão pública está andando.

A notícia dominou as manchetes dos jornais em outubro de 1996. Continua até hoje. Faz lembrar o cronista Nelson Rodrigues: “Subdesenvolvimento não se improvisa, é obra de séculos.”

Crime monstruoso

O desvio de recursos para o combate à pandemia em Roraima, estimado em 40 milhões de reais, mostra como faz falta a prisão perpétua no País.

Ninguém imagina que, após o julgamento dos envolvidos e as sentenças, os condenados ficarão muito tempo reclusos.

Efeito do represamento

Um grupo de economistas se encontrou para um cafezinho e projetou o que acontecerá após a pandemia. Um deles apostou o que noticiário dirá em relação a uma parte da população: não é mais simplesmente um entusiasmo pela ida às compras, vira uma loucura.

Difícil justificar

Pesquisa da Folha de São Paulo mostra que, de 2008 até o ano passado, o Brasil foi o País que mais expandiu as despesas públicas entre os que têm economia forte. A pergunta que se faz: está melhor por conta disso?

 As despesas conjuntas de União, Estados e Municípios avançaram de 29,5 para 41 por cento do Produto Interno Bruto.

Tamanho da recessão

O Panorama Econômico Global do FMI, divulgado semana passada, aponta: o Produto Interno Bruto mundial terá recuo de 4,4 por cento. No ano passado, cresceu 2,8 por cento.

Quanto à China, terá resultado positivo de 1,1 por cento. Cheia de dinheiro e causadora da tragédia, não pediu desculpas e muito menos indicou que participará da tentativa de recuperação dos países atingidos.

Enganados

Não foram poucos os seminários realizados na Organização das Nações Unidas sobre o tema internacionalização da Amazônia. Participaram ecologistas, muitos deles representando de forma camuflada grupos financeiros internacionais. Estão interessados na parte alta do Rio Negro, onde há reservas de metais raros e estratégicos para as conquistas espaciais. Querem também explorar as regiões de planície do Rio Solimões, que possui várzeas maiores e mais férteis que as margens do Rio Nilo para produção de alimentos. A lista é longa.

Fórmula do cuidado   

Manter o Estado do Amazonas exige coragem, inteligência e firmeza do governo brasileiro. No território de 1 milhão e 571 mil quilômetros quadrados, existe uma das mais baixas densidades populacionais do planeta. Dividir o território em  dois ou três Estados seria uma forma de impor a lei e zelar pelo extraordinário patrimônio. O ditado gaúcho precisa ser exportado para o Norte: “O olho do dono engorda o boi”.

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