Esgotam a paciência

Economistas que não estão vinculados à direita ou à esquerda dizem e repetem: além da Ford, mais empresas estrangeiras podem deixar o País e outras reduzirão seus planos de investimento. Cansaram da novela intitulada As Reformas Vão Melhorar o País. Os capítulos se arrastam demasiadamente.

Alguns insistem

Democrata é o que sempre tem consciência de que pode estar errado e não é dono absoluto da verdade.

A democracia se funda na conciliação dos interesses de todos os setores da vida nacional, de natureza econômica e social.

Dwight Eisenhower, presidente norte-americano de 1953 a 1961, dizia: “Um povo que dá mais valor a seus privilégios que a seus princípios não tarda em perder ambos.”

Lado sombrio

Na história das gestões públicas no país, destacam-se monumentos à superficialidade, arrogância burocrática e desperdício de recursos. Ao longo de décadas, acumularam-se episódios de violência desenfreada contra as finanças, a inconsistência ética e o desrespeito à população.

Pisou no freio

Não é difícil imaginar em que altura estaria a dívida se o Conselho Monetário Nacional, em julho de 1993, não proibisse que bancos estaduais emprestassem dinheiro aos governos que os controlavam. Dois anos depois, quando a contabilidade começou a ser aberta, a maioria das instituições financeiras estava quebrada. Houve a privatização por valores irrisórios.

Costume consagrado

Deputados federais não perdem a chance de aparecer na vitrine: levantamento feito no site da Câmara mostra que foram protocolados sete propostas que visam punir tanto quem não tomar quanto quem exigir vacina.

Maquininha de somar

Sai ano, entra ano e a regra não escrita se mantém: em cada  município, receberá grande número de votos o parlamentar que carrear maior volume de verbas federais por meio de emendas.

Vale até hoje

O diplomata português Sebastião José de Carvalho e Melo, conhecido como Marquês do Pombal, viveu de 1699 a 1782. Recomendava aos governantes: “Tenham espinhos nos ouvidos que as coisas não entrarão sem reflexão.”

Em breve

Por muitos anos, a propaganda eleitoral mais distorceu do que serviu ao propósito de esclarecer.

Com desempenho dos prefeitos recém empossados, veremos se os votantes decompuseram o conjunto de artifícios mostrados nos programas de rádio e TV. Foi grande o percentual dos que desconfiaram das autopromoções.

Difícil digerir

Resultados das urnas ainda impactam muitos candidatos derrotados. Alguns têm conversado, tratando de uma publicação. O título sugerido é Antologia dos Sustos.

Assim caminha o ensino

Em julho, vão se completar 27 anos da exigência do exame para obtenção de registro na Ordem dos Advogados do Brasil. Prova da falência de muitas Faculdades de Direito que têm o reconhecimento do Ministério da Educação. Mesmo diplomando alunos após cinco anos de curso, não os habilita ao exercício da profissão.

Claro e objetivo

Tancredo Neves, ao ser eleito presidente da República em janeiro de 1985, disse que “austeridade nos governos não significa maiores sacrifícios para todos”. Não conseguiu pôr em prática o conceito, mas a meta era limitar privilégios de minorias, mantidos até hoje.

Indesmentível

O cientista político norte-americano Richard Rosecrance afirmou em uma de suas palestras e não foi contestado: “As grandes civilizações sempre se debilitaram quando entraram pelo caminho da ostentação. Entregar-se ao comodismo da gastança e da estagnação são escolhas fatais.”

Vocação para jogar dinheiro fora

O empresário Antonio Ermírio de Moraes, em artigo publicado há 30 anos, citou a palavra perdulância, que não existe no dicionário, dando um exemplo: “Perigoso é quando um país começa a cair sem ter subido, ou seja, declinar sem ter sequer se aproximado do apogeu em consequência da perdulância.”

Qualquer semelhança com alguns países subdesenvolvidos de hoje não é mera coincidência.

No meio da pandemia

Os aproveitadores de sempre engordam seus ganhos com aumentos dos preços. Saudosos da espiral inflacionária são especialistas em localizar pretextos. Vão entrar na história como sabotadores da estabilidade mantida há mais de 20 anos.

Muito aquém

Durante o primeiro pico de Covid-19 em Manaus, ano passado, foram consumidos 30 mil metros cúbicos de oxigênio por dia. Hoje, são necessários 76 mil metros cúbicos para abastecer todos os hospitais da cidade. A capacidade de produção das usinas instaladas na capital do Amazonas é de 35 mil metros cúbicos.

Nas alturas

Um metro cúbico de oxigênio está sendo comercializado a 4 reais e 80 centavos no Estado do Amazonas. Em outras regiões do país, a média é de 2 reais.

Como quase sempre

O site do Senado informa: “Parlamentares cobram ações para resolver colapso por falta de oxigênio em Manaus.” Agora é tarde. Deveriam ter se jogado, há meses, nas investigações sobre desvios de dinheiro enviado pelo governo federal para suprir necessidades da população. Preferiram ficar de braços cruzados.

Dúvida

Institutos de pesquisa, que gostam de assuntos atuais, devem perguntar: politização da pandemia no Brasil chegou ao limite ou ainda faltam mais alguns episódios?

Explica o desemprego

O jornal O Estado de São Paulo, no final de semana, noticiou: “Por dia, pelo menos 17 fábricas fecharam as portas nos últimos cinco anos. Entre 2015 e 2020, o Brasil perdeu 36 mil e 600 estabelecimentos industriais, mostra levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo.

Conclusão: olhando da janela, governos deixaram a banda passar.

Pela primeira vez

Em janeiro de 1991, a rede CNN transformou a guerra contra o Iraque em espetáculo ao vivo e repórteres em astros. À noite, os foguetes jogados contra Bagdá cruzavam os céus. O mundo, sentado no sofá da sala, acompanhava boquiaberto.

Fim da fase conturbada

Donald Trump sairá do poder nesta quarta-feira, deixando um rastro de confusões e pendências. Nunca abriu a página do dicionário em que consta a palavra conciliação. Deu no que deu.

Soube identificar

O ator Will Rogers viveu de 1879 a 1935. Foi autor de frases que fizeram os norte-americanos rirem de costa a costa. Uma delas, que se mantém atual: “Não há truque em ser humorista quando se tem todo o governo trabalhando para você.”

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