Fica no meio do caminho
O site quantocustaobrasil.com.br registrava, na manhã de hoje, 45 bilhões e 365 milhões de reais. É o valor sonegado que deixou de entrar nos cofres públicos desde 1º de janeiro deste ano. Dinheiro que falta em todo o país para a educação, a saúde e a segurança pública. O placar eletrônico, mantido pelo Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional, não sensibiliza os que têm o poder de mudar o quadro.
Desinteresse
Sucessivos governos insistem com um sistema tributário complicado e atrasado. O que arrecadam permite o mínimo necessário para completar metas tímidas. Melhorar via reforma, simplificando, provoca-lhes insegurança. Conclui-se que as atuais condições são boas para os governos, mas ruins para os contribuintes e a Economia.
Ignoram
Extirpar o déficit público exige disposição política. É algo bem mais decisivo, renovador e corajoso do que a simples elaboração de orçamentos que usam números saídos da ficção.
Intenção e realidade
Três projetos de lei foram apresentados esta semana no Senado, determinando a prisão de quem furar a fila para tomar a vacina contra a pandemia. As penas sugeridas variam de três meses a seis anos, além de multa.
Levando em conta a lentidão na fase das comissões técnicas, que antecede a chegada para votação em plenário, será aprovada quando toda a população estiver imunizada.
Súbita valorização
A cada dois anos, focos de luz apontam para o vale dos obscuros. É uma área do plenário da Câmara onde ficam deputados federais que não discursam e não influenciam. A estimativa é que oscilem entre 130 e 140, número suficiente para influir na eleição para a presidência da mesa diretora.
Ônus de estar na vitrine
O jornalista Carlos Eduardo Lins e Silva escreveu há 20 anos: “Os eleitores são generosos com os homens públicos que ainda não chegaram ao poder e os que já saíram dele. Mas são impiedosos com os que estão exercendo o poder.”
Vale para todos os países, mas o presidente Jair Bolsonaro, por exemplo, não entende.
Sentimento e dor
Este colunista publicou a 27 de janeiro de 2017 uma nota com o título “O mundo se espanta”. Um trecho: “Os quatro anos da tragédia da boate Kiss são registrados desde ontem em sites de notícias de vários países. Destacam a exagerada lentidão no julgamento dos responsáveis.”
Com a caneta cheia de tinta
Novos prefeitos passam a ser conhecidos como porteiros. Adoram assinar uma portaria atrás da outra.
Assustador
Este colunista guarda o recorte de artigo do jornalista Ignácio de Loyola Brandão, escrito em janeiro de 1984, em que definiu Brasília:
“É uma redoma de cristal, isolada acusticamente com filtros poderosos. (…) Uma ilha espacial que flutua inatingível, desligada do país.”
O cenário se agravou ao longo do tempo.
Na marca do pênalti
Mesmo fora do poder, Donald Trump ainda pode sofrer impeachment e perder os direitos políticos, o que o tornaria inelegível a partir do próximo ano. A Câmara dos Representantes enviou ao Senado, segunda-feira, o texto do processo.
À espera da abertura
Os turistas brasileiros gastam mais de 16 bilhões de dólares por ano no exterior, segundo informação governo. A suspensão das viagens está fazendo os cofrinhos engordarem. Quando passar a pandemia, os aviões vão lotar.
Corrida por vagas
Amom Mandel, de 19 anos e filiado ao Podemos, assumiu como vereador mais jovem da Câmara Municipal de Manaus. Nos primeiros dias do mandato tentou se livrar das filas à porta de seu gabinete. Eram candidatos a cargos de assessor. Preferiu lançar edital para processo seletivo. Terá mais trabalho: já recebeu 5 mil currículos.
Tem de sobra
Houve tempo em que, nas redações de jornais brasileiros, imitavam o editor-chefe de uma comédia do cinema norte-americano. Nervoso, mandava um repórter morder um cão na esquina para produzir a manchete sensacional em um dia sem notícias. O problema, atualmente, inexiste do Oiapoque ao Chuí.