Há um único inimigo

Basta o vírus. Acrescentar o ingrediente belicoso do debate político entre os governos federal e estaduais só vai piorar. Se todos se dispuserem ao diálogo franco, talvez a pandemia seja superada sem mais tropeços, além dos que até agora surgiram.

Extensão da tragédia

Os que rejeitam o uso da máscara e participam de aglomerações não entenderam o significado da palavra colapso, o mesmo que derrocada de uma estrutura. Em consequência, nenhum caso de emergência, provocado por outra doença, pode ser atendido. Todos os leitos dos hospitais estão ocupados.

Não convence?

Luiz Antônio Nasi é superintendente médico do Hospital Moinhos de Vento, o maior da rede privada de Porto Alegre. Sua declaração circula nas redes sociais e em veículos nacionais: “A Unidade de Tratamento Intensivo vive um cenário de guerra no combate à pandemia. É um campo de guerra. Todo mundo sendo mobilizado no hospital, médicos, anestesistas, enfermeiros de todas as áreas. Nós estamos, realmente, com uma situação calamitosa.”

Números

Boletim da Universidade John Hopkins (coronavirus.jhu.edu/map.html), às 9h e 26min de hoje, registrava 114 milhões, 857 mil e 764 contaminados pela Covid-19 em todo o mundo. No Brasil, são 10 milhões, 646 mil e 926.

Saber dosar

Conselho frequente dado por médicos e psicólogos: é preciso manter o equilíbrio saudável entre medo e tranquilidade. Acrescentam: a informação é fundamental, desde que buscada em fonte confiável.

Fraude compensa

A Secretaria da Saúde da Bahia publicou no Diário Oficial: os que atropelaram os demais, ganhando a primeira dose de forma ilícita, terão a segunda garantida. Deveriam ir para o final da fila, o que não ocorrerá. É a terra do vale tudo.

Cada vez mais claro

Aumenta o entendimento entre magistrados em todo o mundo: informação falsa e incorreta não é merecedora de proteção, nem está coberta pela proteção da liberdade de opinião.

Gangorra

A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido de instituições financeiras vai aumentar. Com isso, o governo federal compensará a redução tributária sobre o diesel e o gás de cozinha. Mesmo que os banqueiros venham a elevar taxas cobradas de seus clientes, é a fórmula para resolver parcialmente o problema da população.

Condições básicas

Em um futuro incerto, quando for surgir uma comissão de congressistas para tratar da reforma tributária, haverá necessidade de afixar na porta da sala de reuniões: “Procuramos impostos sem complicações para cobrança e que não onerem tanto os brasileiros.”

São duas rotas

Para a iniciativa privada, o endividamento não é um mal. Empresas contratam empréstimos dentro de um planejamento que permite pagar no futuro. Se isso não ocorrer, vão à falência. É a forma para poder se modernizar, faturar mais e lucrar. O mesmo não ocorre com o setor público, que nunca avaliou as condições de saldar.

A maioria dos ingressos serviu para o custeio e não para investimentos. Resultado: o governo federal acumula dívida superior a 5 trilhões de reais e, desde 1º de janeiro deste ano, já pagou juros no valor de 47 bilhões e 514 milhões de reais. É o que consta, hoje pela manhã, no site jurometro.com.br. Para comparar, a receita total do governo do Rio Grande do Sul, em 2021, será de 42 bilhões e 865 milhões de reais.

Trenzinho familiar

Com as restrições impostas pela pandemia, um grupo de parlamentares do Norte e do Nordeste na Câmara dos Deputados passou a incluir em suas conversas o tema aumento da renda familiar. É um movimento para tentar invalidar a decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal. A 20 de agosto de 2008, por unanimidade, os ministros proibiram o nepotismo em todos os níveis do Executivo, do Legislativo e do Judiciário.

Editaram uma súmula vinculante, impedindo a contratação de parentes de autoridades e funcionários para cargos de confiança no serviço público. Seria a volta de uma doença crônica.

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