Incógnita

Assessores de marketing dos candidatos não se arriscam a prever qual será o comportamento na eleição de prefeitos e vereadores, excetuando os que têm preferência partidária.

Comparam a um voo em que a nebulosidade impede contar com referências visuais nítidas. Ficam obrigados a usar instrumentos de bordo que, por enquanto, não obedecem aos comandos.

Imperdoável

Antes da pandemia, o país já estava condenado ao crescimento medíocre e incompatível com as exigências da criação de empregos. Imagine-se a situação favorável se as reformas, propostas desde meados da década de 1990, fossem adiante como resultado de  entendimentos amadurecidos. Parlamentares preferiram amassar os textos e jogar como se fossem bolinhas de papel, além de gastar o verbo nas tribunas, criando brigas que levaram a nada.

Inconsequentes

Os contrários às reformas não propuseram nada, desprezando a possibilidade de equilíbrio nas contas públicas. Queriam ver o circo pegar fogo e conseguiram.

Defendem criminosos  

A maioria dos parlamentares que se negou a debater e a votar a reforma tributária não teve a lucidez para perceber que ela poderia, em um primeiro momento, dar um basta aos sonegadores. Essa iniciativa traria muito dinheiro aos cofres públicos.

O que precisa ser feito

A média dos indicadores de sonegação dos tributos, que têm maior relevância para a arrecadação (ICMS, Imposto de Renda e Contribuições Previdenciárias), atinge 27,5 por cento por ano. Corresponde a 9,2 por cento do Produto Interno Bruto. Cálculo do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional.

Exigirá parlamentares com responsabilidade e coragem para mudar as legislações.

Água bate no queixo

O novo secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal, afirma que, com a pandemia a dívida bruta do setor público consolidado deverá subir para 98 por cento do Produto Interno Bruto. No final do ano passado estava em 76,7 por cento. O dado é acompanhado atentamente por investidores internacionais para definir aplicações.

Expectativa

O ministro da Economia, Paulo Guedes, irá ao Congresso amanhã para entregar a primeira parte da proposta de reforma tributária do governo, que tratará da unificação de impostos federais e estaduais num futuro Imposto sobre Valor Agregado.

O texto do governo será unificado às propostas da Câmara dos Deputados e do Senado que tramitam em uma comissão mista desde o início do ano.

Não dá para esquecer

A nova proposta de reforma tributária quer criar o Imposto sobre Valor Agregado, unificando tributos federais e estaduais. Há um perigo bastante conhecido: o dinheiro recolhido em municípios e Estados passear até Brasília e dificilmente retornar. O não cumprimento da Lei Kandir é um exemplo. O governo federal aplicou calote.

Bolso aberto

Até 31 de agosto, o Executivo entregará ao Congresso Nacional o projeto da Lei Orçamentária de 2021, estimando receitas e fixando despesas. Senadores e deputados vão debater pouco, mas instalarão balcões para atender favores por meio de emendas, um antigo costume, buscando favorecer suas bases eleitorais.

Dados nebulosos

Na era da Informática, faltam regras e mecanismos que impeçam o fisiologismo, além de transparência no orçamento. Uma das formas conhecidas é da emenda pró-parente, beneficiando quem não merece.

Fechou a porta

O escritório Pazzoto, Pisciotta & Belo Advogados, de Campinas, saiu vitorioso contra o gigante Google Brasil Internet Ltda, obrigando-o a excluir em definitivo vídeos com conteúdo ilícito contra um cliente, e não apenas para acessos originados no Brasil. A 1ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu por unanimidade. A pena é de multa diária 1 mil reais, impedindo  acessos mundialmente.

Efeitos pouco animadores

A semana passada terminou com fatos marcantes:

1º) o governo federal atingiu o valor de 200 bilhões de reais pagos para rolar sua dívida.

2º) pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística mostrou que mais de 11 milhões de jovens até 15 anos não sabem ler nem escrever.

3º) o site do Tribunal de Contas da União noticiou que, de 2015 a 2019, a rubrica de investimentos do governo federal ficou em 207 bilhões e 400 milhões de reais. Representam apenas 1,57 por cento da despesa total empenhada no período.

O que interessa

Nenhum desses dados repercutiu. O noticiário ficou mais voltado para a mulher de Queiroz que colocou tornozeleira eletrônica após intimação da Justiça. Confirma a preferência pela Política do E, quer dizer, do Espetáculo.

Em queda

Depois de Aécio Neves e José Serra, o recente indiciamento do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, completou o leque de problemas para o PSDB. Com a presidência do diretório nacional entregue ao pernambucano Bruno Araújo, de pouca expressão, ficará difícil recuperar a imagem.

Hábito de adiar

Esgotou-se sexta-feira o prazo para o Senado votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2021. Alegação usada: a pandemia. Não se tem conhecimento de que Suas Excelências tenham sido contaminadas. Foi desleixo mesmo.

Perdas imensas

Hotéis, bares, restaurantes e toda a estrutura de turismo da cidade de São Paulo entraram em pânico: o prefeito Bruno Covas se antecipou e anunciou que a tradicional festa da Avenida Paulista não será realizada na virada para 2021, devido à pandemia do coronavírus e o risco ainda alto de transmissão da doença em aglomerações.

Cifras altas

Pouco antes da meia noite de 31 de dezembro de 2019, no Centro de São Paulo, houve a concentração de 1 milhão de pessoas, segundo cálculo da Polícia Militar. A festa movimentou 650 milhões de reais na Economia da cidade.

Entram no labirinto

A decisão de São Paulo levará a que prefeitos em todo o país se manifestam antes do que previam sobre a realização ou não de réveillons. A pressão dos que faturam com a festa será muito forte.

Bandeiras brancas

As sessões por vídeo têm abrandado a prática da política via insultos praticada pela maioria dos legislativos.

Próxima do capítulo final

O governo incluiu na lista de prioridades o fim da Companhia Estadual de Silos e Armazéns, novela que se estende há mais de 10 anos. No período, os balanços revelaram prejuízos constantes.

Começo de nova era

A 20 de julho de 2000, foi inaugurada a fábrica da General Motors em Gravataí com investimento de 600 milhões de dólares. O anúncio da instalação ocorreu em março de 1997. A previsão era produzir cinco mil veículos nos seis primeiros meses. Subiria para 120 mil em 2001.

Há 26 anos

A 18 de julho de 1994, em Buenos Aires, ocorreu ataque ao prédio da Associação Mutual Israelita Argentina. Morreram 85 pessoas e centenas ficaram feridas. Foi o atentado mais mortal no país. Ao longo dos anos, o caso não passou das acusações e dos encobrimentos.

Impunidade

Em setembro de 2004, todos os suspeitos do atentado em Buenos Aires escaparam da acusação. Dez meses depois, o juiz federal Juan José Galeano acabou retirado do cargo por manipulação incorreta da investigação. No mesmo ano, o cardeal Jorge Mario Bergoglio, que mais tarde se tornou o Papa Francisco, foi a primeira personalidade pública a assinar uma petição, exigindo julgamento sério e condenação dos autores.

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