Motivo para pressa

Se havia alguma dúvida sobre o descaso com a gestão pública, eis mais uma prova: o Senado aprovou em votação relâmpago a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2021. Nada mais do que 14 minutos e de forma simbólica, quando não há contagem de votos. O sim era necessário para que pudessem entrar no recesso de fim de ano, que começou a 23 de dezembro.

Há dúvidas se todos leram o conteúdo da Lei.

Estão em Marte

A forma superficial e burocrática com que Legislativos aprovam os orçamentos da União, dos Estados e dos Municípios demonstram: não passam de carimbadores do que os Executivos elaboram.

No fundo, a maioria dos parlamentares revela oportunismo, desinformação e descompromisso com a população que paga impostos. É o repetido e entristecedor atraso político.

Guinada de 180 graus

O poder público precisa romper com o conceito de fonte inesgotável de recursos destinada a prover clientelas políticas, sem nenhuma racionalidade, a não ser o interesse eleitoral.

Começa o acompanhamento

Às 10h de hoje, o placar eletrônico jurometro.com.br, que começou a girar no dia 1º, registrava 4 bilhões de 985 milhões de reais. Valor desembolsado pelo governo federal para rolar sua dívida. A 31 de dezembro vai superar 350 bilhões.

Preço pago

O grau de endividamento demonstra que percentual alto dos gestores nunca entendeu que a austeridade nas despesas públicas é a senha para ingressar ou permanecer nas economias de baixo risco. Países, Estados e Municípios que gastam de modo irresponsável não atraem investimentos para impulsionar o desenvolvimento.

O remédio para o déficit fiscal deve ser a arrumação das contas públicas.

Além das palavras

Em meio ao horizonte de incertezas, começa a contagem de prazo para os prefeitos demonstrarem que os atos serão maiores do que os discursos. A primeira tarefa: organizar as finanças e interromper as extravagâncias.

Braçadas iniciais

A cada começo de gestão, administradores costumam se sentir em meio a um rio caudaloso: a torrente não permite remansos em que possam ver com clareza o fundo.

Ainda no deserto

O MDB tem grande chance de voltar a presidir o Senado e a Câmara dos Deputados. Porém, a vaga de pré-candidato ao Palácio do Planalto continua aberta e com poucas possibilidades de surgir uma liderança que abrace a tarefa.

Ficou por muito tempo nas caronas do PSDB e do PT, que chegaram ao poder de 1994 a 2014. Agora, aparece a conta.

Portas abertas e o vale-tudo

Não há sinal de que a maioria dos partidos políticos, até 2022, deixará de ser cartório eleitoral para registro de candidatos à Câmara dos Deputados e às Assembleias Legislativas. Comprometimento com programas não será assunto nem na hora do cafezinho, após a assinatura da ficha de filiação.

Depois, reclamam

Nominata de candidatos paraquedistas é o primeiro passo para tirar a credencial de credibilidade dos partidos.

Diferença

Trecho de palestra do sociólogo e professor José Pastore: “No Brasil, gostamos mais dos direitos do que das obrigações. Nas culturas anglo-saxônicas, a simetria entre direitos e deveres é aceita com naturalidade. Entre nós, ela é evitada com impetuosidade.”

Grandes enganos

Na História da Humanidade, muitos povos precisaram buscar heróis e encontraram vilões.

Interesses na balança

A 21 de fevereiro de 1972, o presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, desembarcou em Pequim para inédita visita de sete dias à China. Logo após, o governo norte-americano se reaproximou da União Soviética, na política conhecida como détente.

Quase 50 anos depois, não se justifica que o Brasil, dependente das relações comerciais com China e Estados Unidos, crie áreas de atrito.

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