Mudança obrigatória

O novo normal é uma expressão cada vez mais usada. Passada a pandemia e diante da forte crise econômica, a sociedade assumirá a proposta de outro padrão que possa garantir a sobrevivência.

O poder público não vai ficar fora e terá de se adaptar às profundas e rápidas alterações, determinadas pelo déficit financeiro, sob o risco de ficar imobilizado e perder a função de comando.

Passou do limite

Daqui para frente, o suado dinheiro arrecadado com impostos, taxas e contribuições não poderá continuar sendo desperdiçado com mordomias, subsídios, favorecimentos e clientelismos. Compõem o combustível da indignação da maioria da população.

Despertador tocou tarde

Centrais de trabalhadores passaram muito tempo sem perceber que os empresários pagam mais tributos do que salários. Significa o cenário do Estado predador, que piora a distribuição de renda.

Carrossel gira

 Renato Feder chegou a ser anunciado como novo ministro da Educação, mas demorou menos do que a chama de um palito de fósforo. Correntes contrárias apagaram a esperança do professor e empresário que voltará a comandar o setor no governo do Paraná.

O presidente Jair Bolsonaro está em busca de outro, mas antes precisará combinar com seus pupilos para que não haja rejeição.

No grito

Para marcar o signo de intransigência dos últimos meses, precisa ser  construída uma Torre de Babel em Brasília. Como nos tempos bíblicos, cada frequentador falará uma língua diferente sobre temas distantes do interesse público.

Princípio da clareza

Assessor de marketing eleitoral prepara manual para candidatos que oferecerá a partidos. Em um dos capítulos, discorre sobre frase de José Ingenieros, psiquiatra e escritor que viveu de 1877 a 1925: “O importante não é ver tudo. É ver o que os outros não veem.”

Encurtando caminho

Outra recomendação do especialista aos candidatos: aperfeiçoem as técnicas de explicação. Quanto menos os eleitores entendem, mais querem discordar.

Para 2022

Em janeiro, será necessário começar a pressão, visando restringir as alianças. Líderes de partidos costumam deixar de lado ideologias e programas e se lançam em busca de siglas nanicas, que aceitam migalhas em troca. Tudo pela chegada ao poder. Depois, os vencedores usam a máquina pública conforme os próprios interesses.

Algum dia, a maioria dos eleitores perceberá que a depuração está em suas mãos.

Questão de escolha

O ensinamento vem desde a Grécia Antiga: “Os homens maus predominam na política quando os homens de bem se omitem ou não exercem seu papel nos assuntos de interesse público.”

Cuidados

Deputados acompanham as cores no mapa do Estado para visitas às bases eleitorais. Mesmo assim, os encontros são rápidos porque o medo do contágio anda forte.

Números na peneira

Na próxima quinta-feira, a Comissão de Finanças, Planejamento, Fiscalização e Controle, da Assembleia Legislativa, fará reunião via Sistema de Deliberação Remota. Entrará em votação o parecer favorável do relator,  deputado Mateus Wesp, à Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2021. A aprovação é certa, porque sete integrantes, no mínimo, votam a favor do governo.

Modelo

 “Os ministérios gostam de apresentar às Câmaras orçamento em que não haja déficit. Para isso, calculam despesas muito baixas e depois vão suplementando por meio de créditos. Cumpre estudar esse mecanismo,  evitar semelhantes ilusões e concorrer para a maior economia, que não consiste em gastar pouco, mas de modo mais produtivo.”

O trecho faz parte da publicação Conselhos de Dom Pedro II à Princesa Isabel sobre como melhor governar.

Nada de novo

 O texto de Dom Pedro II mostra-se atualíssimo. A fórmula de transformar os orçamentos elaborados pelos Executivos em peças de ficção é aplicada e aceita hoje pelos parlamentos. Por falta de transparência, a população, que paga a conta, desconhece a artimanha.

Em busca do que havia antes

O turismo de pequenas distâncias tende a voltar tão logo sejam possíveis os deslocamentos com segurança, via rodoviária. O setor, que acumula grandes perdas, espera que a tempestade do coronavírus passe logo.

Conteve-se

Pesquisas mostram que o presidente Jair Bolsonaro conseguiu estancar a perda de popularidade dos meses anteriores. Não tem segredo: bastou ficar mais recolhido, sem entrar em choque com os demais poderes. Deixou também de participar de manifestações e insuflar extremistas diante do Palácio da Alvorada.

Complicou

O senador José Serra caiu na malha da Operação Lava Jato e se soma ao deputado federal Aécio Neves, também denunciado por corrupção. A dupla complica o PSDB. Eduardo Azeredo, ex-governador de Minas Gerais, já tinha sido condenado a 20 anos e 10 meses de prisão.

Nada a acrescentar

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, acendeu uma luz na discussão do momento. Afirmou que “as fake news desvirtuam completamente a ideia de democracia. Na verdade, o governo será representado por pessoas eleitas, mas, por força de fraude, por força de um artifício.”

Precaução

Sérgio Moro nega candidatura à Presidência da República em 2022 e diz que está fora do jogo. Age corretamente ao não querer pular a fogueira quando as chamas estão altas. Conhece bem os riscos da exposição excessiva.

Coisas Nossas

Nem sobre o uso da máscara o Executivo e o Congresso Nacional conseguem chegar ao consenso.

Gesto digno

O presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, que assumiu esta semana o comando do Mercosul, defende que os países do bloco não tomem partido a favor da China ou dos Estados Unidos nas disputas comerciais. Significa abandonar a submissão a um ou outro.

Sem penduricalhos

Os norte-americanos comemoram, no sábado, 244 de independência. A Constituição em vigor é a mesma de 1789. Houve, ao longo de todo o período, 27 alterações para garantir liberdades individuais, ampliação de direitos e restrições aos poderes dos governos. Nada mais.

Quem compara com a sucessão de Constituições em países latino-americanos fica ruborizado.

Por 1,99…

Notícias da China mostram que os depósitos das fábricas estão lotados com a queda nas vendas ao exterior. O risco é de o governo decidir se descartar dos produtos a preço de liquidação. A enxurrada amedronta vários países, incluindo o Brasil, que não poderão competir.

Quem acredita?

O ditador da Coréia do Norte, Kim Jong-um, faz propaganda em cima da pandemia, dizendo que não ocorreram contaminações em seu país, que está ao lado da China. Vai adiante, atribuindo o sucesso “à liderança perspicaz do Comitê Central do Partido”.

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