Primeiros sinais

A 24 de fevereiro do ano passado, as Bolsas de Valores de todo o mundo enfrentaram pânico diante do avanço do coronavírus na Itália, na Coreia do Sul (sete mortes em cada país) e no Irã (12 mortes). Com o Carnaval, o mercado financeiro ficou fechado em São Paulo. Mesmo assim, papéis de empresas brasileiras negociados em Nova Iorque sofreram forte queda.

Não se imaginava a tragédia que estava por vir com tantas vidas perdidas.

Diferenças

Este colunista guarda em seus arquivos artigo de Flávio A. Corrêa, jornalista, publicitário e empresário, publicado por jornais do Centro do país, em fevereiro de 1994:

“O Brasil ainda é uma nação de certa forma surrealista. Leiam como começa o livro gordo, prolixo e em muitos capítulos descompromissado com a História escrita pelos deputados federais e senadores de 1988 e comparem com o mesmo parágrafo da enxuta Constituição bicentenária dos Estados Unidos que, balizado por ela, se transformou no país mais rico da face da terra.”

Quem exerce

Segue o artigo de Corrêa: “Aqui se escreve: “Nós, os representantes do povo…” Lá, está gravado: “Nós, o povo…” Sutil, mas enorme a diferença. Porque lá o poder realmente emana do povo e em seu nome é exercido. E aqui, ele pertence (pasmem) aos representantes do povo.”

Ver para crer

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, avaliou que é possível a aprovação pelo Congresso Nacional da reforma administrativa em até dois meses e da reforma tributária em até oito meses.

Tudo é possível, mas a mesma promessa foi feita há mais de oito anos…

Caminho errado

Os entes públicos tudo podem, dispondo de recursos ilimitados. É a tradição populista-paternalista que levou municípios, estados e o governo federal a entrarem no beco do endividamento e do qual não existe nem remota chance de sair.

Grau de irresponsabilidade

A facilidade com que governantes pegaram empréstimos e emitiram títulos, durante muitas décadas, dava a impressão de que nossa moeda era o dólar. Hoje, a dívida do governo ultrapassa 5 trilhões de reais.

Mais: a partir da Independência, em 1822, o Brasil já teve nove trocas de padrão monetário e sete moedas. Dos réis ao real, tiraram 18 zeros. O motivo era um só: a inflação.

O dólar norte-americano continua o mesmo desde 1876.

Dá para entender?

Para muitos estrangeiros é incompreensível que o Brasil enfrente dificuldades: tem recursos naturais como poucos, produz alimentos, construiu parques industriais desenvolvidos, o setor de serviços é moderno, acumula conhecimento em cursos notáveis de nível superior, entre outros atributos.

Trabalho e competência

Vacina da Pfizer, que se tornou expressão mágica contra a Covid-19, é produzida pelo laboratório fundado em 1849 pelos alemães Charles Pfizer e Charles Erhart. Com sede em Nova Iorque, tornou-se pioneira em antibióticos. Hoje, tem 46 unidades industriais, distribuídas em 150 países, contando com 82 mil funcionários.

Têm confiança

Com a falta de vacinas, aumenta nas cidades do Amazonas e do Pará o uso da medicina indígena milenar para prevenir os efeitos da Covid-19. Baseia-se nos ensinamentos passados de geração em geração. Começa com chás caseiros e xarope de limão e alho.

Gostam de confetes

Em Brasília, parlamentares não perdem a chance: esta semana, foi afixada placa no Senado, registrando o período em que funcionou de forma remota. Não será surpresa se acrescentarem a distribuição de diplomas e medalhas.

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