Em janeiro de 2019, o  economista Roberto Castello Branco passou a presidir a Petrobras. Foi dispensado em abril de 2021. Ontem, o jornal O Estado de São Paulo publicou entrevista muito esclarecedora. Castello criticou o que considerava pressões do presidente Jair Bolsonaro para conter os preços dos combustíveis. Quer dizer: fora da direção, em estatal ninguém avalia, sugere, aconselha ou dá palpite. As decisões são tomadas e nem o presidente da República pode reclamar.

       Outra órbita

       No planeta em que os dirigentes de estatais vivem, interessa apenas atender benefícios internos, mesmo sendo fatores impulsionadores do aumento da inflação. Correspondem a repúblicas independentes onde a regra é só olhar para o próprio umbigo.

       No dia em que as contas das estatais forem abertas à população conheceremos os exageros.

       Áreas proibidas

Há décadas, ouve-se que “as estatais não podem ser privatizadas porque se constituem em patrimônio do povo brasileiro”. Ao fixarem seus preços, pensam primeiro nos benefícios próprios e na proteção dos acionistas.

       Ataque ao bolso

       O preço da gasolina bateu recorde na ilha de Fernando de Noronha: saltou ontem de R$ 9,10 para R$ 9,39. O óleo não ficou atrás: de R$ 7,59 para R$ 7,65.

       Mais um problema

       A Petrobras confirmou em comunicado, ontem, que não poderá atender a todos os pedidos de fornecimento de combustíveis para novembro, porque estão acima de sua capacidade de produção. Acende o alerta para distribuidoras, que apontaram risco de desabastecimento no país.

Oportunistas não ficarão de braços cruzados. Diante da falta, encontrarão terreno para aumentar os preços.

       Ingrediente adicional

       A colunista Eliane Catanhede publicou ontem: “Senadores da CPI da Pandemia reclamam do vazamento das mais de 1.500 páginas do relatório, que ocorreu na edição dominical do jornal O Estado de São Paulo. Uma reclamação sem sentido. Foi um notável furo de reportagem, totalmente dentro das regras entre fontes de informação e jornalistas que disputam notícias em primeira mão. É assim em todo o mundo democrático e foi assim em todas as CPIs no Brasil.”

       Sem fuga ou maquiagem

       Há um princípio do qual os gestores do setor público não podem fugir: todos os brasileiros têm direito a tomar conhecimento da realidade dos fatos.

       Pouca prática

       Continuam faltando escolas de qualidade para a formação de políticos e gestores para a área pública. Assumem cargos e só então vão aprender. Os prejuízos recaem sobre os que pagam impostos.

       Resumo de tudo

       O placar eletrônico jurometro.com.br registra o valor pago para rolar a dívida do governo federal desde 1º de janeiro deste ano. Às 7h de hoje, estava em R$ 325 bilhões e 800 milhões. Quantia sustentada por milhões de brasileiros que repassam impostos aos cofres públicos. Não autorizaram obras faraônicas, desperdícios, gestões irresponsáveis e atos de corrupção. Portanto, é uma conta que não lhes cabe.

       Aos afobados

       Nas sedes dos partidos, deveriam afixar nas paredes um ditado: quem bebe água não deve esquecer quem fez o poço.

       Talvez diminua o grau de conflitos internos, gerados por marinheiros de primeira viagem que não poupam esforços para passar por cima dos que fizeram a história. Inexperientes, acabam se perdendo quando surgem tempestades e levam sem perceber o barco contra as rochas, naufragando.

       Para não errar

       Assessores de marketing, que preparam cursos para os candidatos, incluem nas cartilhas o conselho: antes de propor a solução é muito conveniente conhecer o problema.

       Grande definição

       Em 1933, o presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt disse o que segue inquestionável: “A Democracia mostra a sua força assegurando igualdade de oportunidade, trabalho para os que querem trabalhar e segurança para os que dela venham a precisar.”

O resto é conversa.

       Abrindo espaços

       Das 508 empresas listadas no banco de dados da BM&F Bovespa, 197 têm pelo menos uma mulher no conselho de administração. Levantamento do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. A expectativa é que o número dobre nos próximos cinco anos.

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