| Lívia Rossa |

Para o presidente da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac), Leonardo Lamachia, colocar a Expointer 2020 “no ar” foi um grande desafio, já que foram 30 dias de execução da feira e os cuidados, tanto com a saúde animal, quanto com a saúde das pessoas, representaram trabalho redobrado na produção.

Inicialmente, em junho, quando as reuniões entre as entidades copromotoras precisaram tomar a decisão de realizar ou não a feira. Na época, Lamachia diz que a situação indefinida da pandemia provocou a decisão do cancelamento. Com o tempo, contudo, a possibilidade de trazer animais e, aos poucos, ir modelando a Expointer dentro dos cuidados sanitários foi tomando corpo e, assim, foi concretizado o evento no molde vigente.

“O lançamento foi um sucesso em todos os aspectos. Primeiro, conseguimos criar um ambiente seguro dentro do parque, com sistemática de entrada e controle de testagem das pessoas. Também disponibilizamos testes rápidos para quem está ficando dentro do parque, além de exigir a obrigatoriedade na utilização de máscara durante os eventos”, afirmou.

Na avaliação de Lamachia, o lançamento rendeu bons frutos e, inclusive, mesmo em formato híbrido (presencial e online), a feira manteve número expressivo em audiência. Ele também avalia como positiva a geração de empregos e giro das cadeias econômicas envolvidas.

“A presença de público na plataforma está muito expressiva. Tivemos quase 90 mil acessos no fim de semana, então estamos batendo o número de pessoas que estariam aqui, presencialmente. Além disso, o drive thru da agricultura familiar foi um sucesso e isso mostra que inovação não ocorrem, necessariamente, somente com aporte de tecnologia de ponta, mas com modificações no formato”, afirmou o presidente da Febrac.

Ainda de acordo com Lamachia, a insistência para manter a Expointer 2020, mesmo que de forma diferente dos anos anteriores se deve ao fato dos produtores estarem na preparação há, no mínimo dois anos. Desta forma, foi considerado manter a feira também para preservar o investimento, não só em técnica, mas de dedicação dos criadores de animais.

“Para alguns animais que estão na Expointer, a preparação já vem de dois ou três anos. O investimento em genética é assim, inicia na escolha do carneiro que irá cobrir a ovelha e, assim, dará um borrego, geneticamente, como o desejado. Esse animal irá se desenvolver durante um ano e, depois, será trazido para a feira. São muitos fatores importantes envolvidos”, acrescentou.

Da experiência totalmente nova, o presidente da Febrac acredita que a inovação deva ser mantida e que a mesma marca o início de um marco na história da Expointer.

“Para mim, realizar a Expointer 2020 tem a mesma importância, em termos de significado, daquele ato de cinquenta anos atrás, quando houve a decisão de retirar a exposição do bairro Menino Deus, em Porto Alegre, e trazer para o parque de Esteio. Na época, a decisão projetou a Expointer para os cinquenta anos futuros que estamos comemorando hoje. Acredito que o que estamos fazendo, neste ano, é um marco tão importante quanto aquele e deverá projetar e reinventar a exposição para os próximos anos de realização. Esta plataforma, com certeza, permanecerá e será um legado para a exposição”, completou.

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