| Alice Ros | 

Com previsão de início da vacinação contra Covid-19 para 20 de janeiro, o Rio Grande do Sul alinha os últimos ajustes de logística para receber e distribuir as vacinas. A data oficial depende de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizar o uso emergencial das vacinas Coronovac e Astrazeneca. A decisão deve ser anunciada no domingo (17).

A Secretaria Estadual da Saúde (SES) afirma já ter um plano de ação para dar início ao processo de imunização, que deve ocorrer nos moldes do Plano Nacional de Imunização. Será priorizada a vacinação de profissionais da saúde que estão na linha de frente, como pessoas que trabalham em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI), centros de triagem e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), além de idosos em lares de longa permanência, grupos escalonados (idosos com mais de 80 anos, de 75 a 79 anos, de 70 a 74 anos) e indígenas e quilombolas. A estimativa é que cerca de 1 milhão de pessoas façam parte desse grupo.

A SES garante que o Ministério da Saúde enviará doses ao Estado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O Rio Grande do Sul, por sua vez, distribuirá aos municípios a quantidade proporcional à população.

Em entrevista ao Portal RDC (15), a diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), Cynthia Goulart Molina Bastos, disse que a logística empregada será semelhante a da vacinação contra a influenza. “A logística é exatamente a mesma para a vacinação de influenza, que está acontecendo nesse momento. As pessoas podem ficar tranquilas, porque é a mesma logística, com as mesmas regras. É tudo muito parecido com a questão de registro do sistema. Não existe risco de a gente retreinar pessoas”, explicou Cynthia.

O governo estadual aguarda novas orientações do Ministério da Saúde sobre a distribuição das doses. Em relação à chegada do imunizante no Estado, funcionará da seguinte forma: as vacinas serão encaminhadas para redes regionais, que devem distribuir para os municípios. Cada cidade será responsável por encaminhar as doses para as salas de vacinação.

“De forma geral, a vacina chega em um dia e, entre 24 e 48 horas, vai depender da quantidade, ela é fracionada e distribuída para pontos focais (regionais e algumas centrais dos municípios). A maioria já sabe para onde levar, porque é para a mesma rede de influenza. Imagino que para a Covid-19 seja em torno de dois, três dias, dependendo da situação”, afirmou a diretora do CEVS.

“A gente tem a questão logística de distribuição técnica para diferentes cenários, porque depende de algumas prioridades dos números de doses. Muda muito de acordo com o número que vem do Ministério da Saúde, que é o que nos dá a logística. A gente tem a questão dos manuais, que podem mudar enquanto não tem informe técnico. De forma geral, as campanhas começam com os profissionais da linha de frente, e isso é para manter a continuidade dos serviços”, garantiu Cynthia, ressaltando que “a prioridade vem em relação à vulnerabilidade”.

A diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS) também afirmou que os docentes devem entrar na lista de grupos prioritários. “Temos feito um esforço para tentar que professores entrem um pouquinho mais à frente no grupo. São articulações que vão tentando ser feitas e, conforme a gente vai tendo definições, a gente vai colocar”, disse.

Hoje, o Estado conta com 96 câmaras refrigeradas para conservação das vacinas, 43 delas apenas no interior. A rede de logística é formada por 18 Centrais Regionais de Frio (uma em cada CRS), uma Central Estadual de Distribuição e Armazenamento de Imunobiológicos (Ceadi) e dois Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (Cries) – um estadual e um do município de Porto Alegre. Cerca de 1.800 salas de vacinas estão disponíveis em todo o Estado.

Saiba onde estão as CRS estão localizadas:

  • 1ª CRS (Porto Alegre)
  • 2ª CRS (Frederico Westphalen)
  • 3ª CRS (Pelotas)
  • 4ª CRS (Santa Maria)
  • 5ª CRS (Caxias do Sul)
  • 6ª CRS (Passo Fundo)
  • 7ª CRS (Bagé)
  • 8ª CRS (Cachoeira do Sul)
  • 9ª CRS (Cruz Alta)
  • 10ª CRS (Alegrete)
  • 11ª CRS (Erechim)
  • 12ª CRS (Santo Ângelo)
  • 13ª CRS (Santa Cruz do Sul)
  • 14ª CRS (Santa Rosa)
  • 15ª CRS (Palmeira das Missões)
  • 16ª CRS (Lajeado)
  • 17ª CRS (Ijuí)
  • 18ª CRS (Osório)

Mesmo após a vacinação, autoridades de saúde indicam que os protocolos de segurança, como uso de máscara, distanciamento social e higienização, sejam mantidos para evitar a disseminação do vírus. 

“Independente da data, talvez o que precisa ficar claro para todo mundo é que até o final do ano vamos ter que manter cuidado. Vai ter que continuar cuidando. Vai ter que continuar usando máscara e lavando a mão. Temos uma estratégia de proteger a sociedade, mas ela não é mágica”, ressaltou Cynthia.

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