| Lívia Rossa |

Houve aumento de 28,9% nos pedidos de falência em junho deste ano em relação a maio, no Brasil. É o que mostra levantamento feito pela Boa Vista, sobre o primeiro semestre de 2020, divulgado nesta semana. O estudo pesquisou informações realizadas pelo Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) em fóruns, varas de falência, Diários Oficiais e da Justiça.

Segundo o advogado Arthur Silveira, a situação não é uma novidade e, muito menos, uma particularidade do Brasil. A principal motivação no mundo todo é a pandemia provocada pelo novo coronavírus.

Silveira acredita que ainda existam consequências futuras que devem surgir com o passar do tempo. “A pandemia que afetou gravemente e de forma severa a população mundial. Assim, acabou por desencadear reflexos que ainda não conseguimos prever suas consequências em nossa economia como um todo”, afirmou o advogado.

A pandemia também afetou gravemente os pequenos e médios empresários, segundo o advogado. Ele diz que as pessoas estão procurando alternativas para tentar recuperação judicial.

“Essa questão tem abrangido, não somente grandes companhias, mas, principalmente, pequenos e médios negócios que hoje buscam de alguma forma remédios ou alguma solução em termos de reestruturação para vislumbrar luz no fim do túnel”, acrescentou.

Nesse sentido, chama a atenção outro dado da pesquisa. De acordo com o estudo, os pedidos de recuperação judicial cresceram 82,2%. Silveira diz que no Rio Grande do Sul ainda existe um “estigma” que ronda esse tipo de medida para recuperação de empresas, mas que ele representa uma boa alternativa para que os negócios continuem “fomentando a economia e contribuindo com sua parcela na sociedade”.

“Ainda temos no nosso pais, no Rio Grande do Sul, um estigma sobre a recuperação judicial. Acredito que muito por força dos processos de falência intermináveis. A partir da emissão da lei 11.105 de 2005, no entanto, tivemos uma mudança de paradigmas no Direito, propiciando a ferramenta da recuperação judicial para o empresário, de fato, recuperar a atividade empresarial mantendo os empregos”, afirmou.

Crédito foto: Marcello Cassal / Agência Brasil / RDC TV

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