Foto: Divulgação / Compagnie Industrielle et Commerciale Cinématographique (CICC)

A França sempre foi um grande celeiro de grandes diretores, atores e atrizes do cinema mundial. Em meados das décadas de 50 e 60, o movimento chamado Nouvelle Vague se tornou famoso no país e no resto do mundo, com cineastas como François Truffaut, Jean-Luc Godard, Alain Resnais e Claude Chabrol encabeçando essa nova maneira de se fazer cinema.

Porém, em 1967, o diretor Jean-Pierre Melville fugiu do estilo que havia virado febre no país e lançou um dos filmes mais importantes do período, servindo de influência para tudo que viria depois dentro do gênero de assassinos profissionais do cinema, “O samurai”. Protagonizado pelo grande ator Alain Delon, a história narra o cotidiano do assassino Jef Costello, que passa dia após dia apenas fugindo da polícia e sobrevivendo da maneira que conseguir.

Após cometer um assassinato, Jef (Alain Delon) passa a ser vigiado 24 horas por dia pela policia francesa, tendo ajuda da prostituta Jane Lagrange (Nathalie Delon) que passa a ser o seu álibi para que Jef não seja condenado. A figura de Jef é como o próprio título do filme diz, um samurai nascido na época errada que por mais que leve a vida cometendo assassinatos, possui um código de honra, mesmo que isso signifique matar.

Alain Delon imprime uma representação assustadora de um homem que não esboça nenhuma reação em nenhum momento. A face de Jef é de quem já não acredita mais na humanidade e prefere se manter sozinho e isolado em seu apartamento. Um contraponto com o pássaro que o mesmo mantém em uma gaiola que sonha com a liberdade para voar aos céus.

Foto: Divulgação / Compagnie Industrielle et Commerciale Cinématographique (CICC)

Todas as características que viriam a ser utilizadas em demais filmes com a mesma temática estão inseridas na persona de Jef, o modo metódico e calculista de resolver cada situação em que o personagem está sujeito, e o principal de tudo, o fato de o assassino falar pouco o filme inteiro e demonstrar todo o seu sentimento apenas com o olhar.

O clima noir de uma Paris que é mostrada não como uma cidade linda, e sim escura e suja, dão o tom de uma obra que foi lançada no tempo certo, mostrando um homem perturbado que vive dia após dia apenas sobrevivendo sem perspectivas. Pois para Jef a vida não tem uma grande importância e sim apenas cumprir de maneira perfeita aquilo que lhe é solicitado, matar.

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