Governo no desfiladeiro

A votação favorável ou não da reforma tributária na Assembleia Legislativa terá margem pequena de diferença. Os que ficarão contra alegam que o projeto deveria ter chegado em setembro do ano passado. Regime de urgência a dois meses das eleições complica tudo. Dizem mais: a elaboração do texto ficou nas mãos de áreas técnicas voltadas ao aumento da receita, desprezando a redução de despesas.

Problema é de todos

Se a Assembleia rejeitar a reforma, deverá propor alternativas de imediato. As dificuldades do governo do Estado vêm de longe e todas as correntes políticas já estiveram no poder sem resolvê-las. Não dá para simplesmente ficar de costas diante das dificuldades brutais de 2021.

Precisa explicar melhor

O país enfrentaria o caos e a fome, se não fossem tomadas medidas como o abono emergencial, a possibilidade de suspensão temporária dos contratos de trabalho, a redução de jornada e salários de forma temporária. Mais a oferta de crédito a empresas e a desoneração sobre a folha de pagamento de setores produtivos.

Não se entende, porém, os torpedos do presidente Jair Bolsonaro contra integrantes do Ministério da Economia. Ele tem todo o direito de criticar, mas deve avaliar os efeitos, que se mostram danosos.

Água na fogueira

Turbulências são costumeiras e cabe aos governantes estabilizar os incômodos. A 17 de setembro de 1995, o presidente Fernando Henrique Cardoso amanheceu na Bélgica, quando soube da versão de que o ministro da Fazenda, Pedro Malan, estava deixando o cargo. O motivo seria a divergência sobre a fixação da taxa anual de juros, que contrariava interesses dos banqueiros. O presidente chamou rapidamente os repórteres que acompanhavam a comitiva para dizer: “Perdem tempo os que conspiram. Malan é uma pessoa na qual eu tenho a maior confiança.”

Desmanchou a onda.

Para enfrentar a inflação

A Folha da Noite, de São Paulo, a 17 de setembro de 1945, destacou na primeira página: “É preciso fazer baixar o preço dos produtos, até que seja criado o Ministério da Alimentação.” Acrescentou: “Não basta ensinar ao povo o que se deve comer. É preciso que o povo tenha o que comer. Produtos há, mas os preços constituem verdadeiras barreiras ao poder aquisitivo das classes pobres e remediadas.”

Ficou no caminho

O presidente Getúlio Vargas não teve tempo para criar o pretendido Ministério da Alimentação, que seria uma tentativa de enfrentar a inflação  ao final da Segunda Guerra Mundial. Foi deposto 43 dias depois, encerrando os 15 anos de permanência no poder.

Atropelam

Especuladores, tubarões, oportunistas, picaretas. Os nomes mudam conforme a época, mas a vontade de aumentar os preços de produtos essenciais, de modo incontrolável e injustificado, é sempre a mesma.

Seguro

O agronegócio comprova, cada vez mais, que é uma  vocação certeira, de melhor e mais rápida resposta que tem nosso país.

Não lamenta nada

China consegue proezas: 1) foi o centro deflagrador da pandemia; 2) lançou pacote de corte de impostos e taxas, abrindo mão de 366 bilhões de dólares que entrariam nos cofres do governo; 3) terá crescimento do Produto Interno Bruto ao final do ano.

Há 155 anos

A 17 de setembro de 1865, nas proximidades de Uruguaiana, 5 mil e 543 soldados e oficiais paraguaios foram cercados pelos Exércitos de Brasil, Argentina e Uruguai. Logo depois, reconheceram a derrota. O imperador Dom Pedro II acompanhou o episódio. Tinha vindo ao Rio Grande do Sul para apoiar as tropas e acertar os termos da rendição.

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