| Alice Ros |

Três meses após o início do fechamento do comércio, empresários brasileiros estimam que a recuperação financeira será alcançada somente em meio ano ou mais. Os dados são da pesquisa Boa Vista, divulgada pela Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Porto Alegre.

O cenário de incertezas, promovido pelo alcance do vírus e pelas restrições previstas em decretos municipais, fez com que o comércio fosse um dos primeiros setores a sofrer queda na arrecadação. Em entrevista ao Portal RDC (19), o chefe da CLD POA, Oscar Frank, indicou que a normalização das atividades comerciais depende de uma série de fatores.

“Existe uma incerteza muito grande, não só com a questão econômica, como também a própria situação sanitária. Nós dependemos de uma melhora mais expressiva do ponto de vista de contaminação e letalidade do novo coronavírus para prosseguir com esse processo de reabertura dos negócios”, relatou Frank.

Segundo o levantamento, que ouviu 1.260 empresários brasileiros, 39% dos participantes solicitaram apoio financeiro durante a pandemia. Entre as alternativas mais procuradas, destacam-se bancos privados (40%), instituições públicas (21%) e ajuda de familiares e amigos (14%).

Na opinião do chefe da CLD POA, programas que oferecem linhas de crédito têm papel importante na manutenção da economia. “As medidas para preservação de emprego, ao diferimento de impostos e uma série de ações que foram conduzidas, também, pela parte de concessão de crédito para que as empresas pudessem lidar melhor com seu próprio fluxo de caixa foram fundamentais para evitar uma situação ainda pior”, afirmou.

O Ministério da Economia anunciou, na quarta-feira (19), a renovação do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) por mais três meses. A decisão foi divulgada no Diário Oficial da União (DOU). Desde abril, a iniciativa oferece auxílio para empresas que estão sofrendo com a baixa nos negócios. “Me preocupa, particularmente, como a economia vai reagir a esses estímulos”, projeta o chefe da CLD POA.

Das empresas que pediram empréstimo, 38% alegaram que os recursos serão destinados para movimentar capital de giro, enquanto 37% disseram que o valor será utilizado para o pagamento de dívidas.

Já em relação ao quadro de funcionários, 59% dos entrevistados afirmam que não demitiram e 38% apontaram para uma redução no número de empregados, principalmente no setor da indústria e nas médias e grandes empresas.

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