No primeiro mês de atendimento com auxílio de mediadores interculturais, cerca de 75 imigrantes foram beneficiados com o programa da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Desde 27 de outubro desse ano, as unidades de saúde do município contam com o auxílio de três mediadores: Absa Wade (senegalesa), Youdeline Obas (Haitiana) e Jean Junior Thevenin (haitiano). O papel desses profissionais é servir como tradutores de imigrantes haitianos e senegaleses que residem na Capital e necessitam do atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS).

A coordenadora da Área Técnica de Saúde do Imigrante da Atenção Primária em Saúde, Rita Buttes, afirma que a contratação de mediadores haitianos e senegaleses é uma experiência inédita no SUS. “Nós temos a situação em que chega um haitiano que fala apenas creole haitiano, que é sua língua materna, e não conhece o português. Então ele acaba com essa barreira para o acesso ao atendimento em saúde, que é a barreira linguística”, observa. Rita ressalta que outra barreira muito importante é cultural. “O cartão SUS era desconhecido por muitos deles. Graças ao intermédio da mediadora senegalesa Absa Wade, que fala o Wolof (língua materna) e o francês, cadastramos, confeccionamos e entregamos 36 carteiras na semana passada”, destaca.

A capital gaúcha possui cerca de 30 mil imigrantes, considerando todas as situações migratórias, sendo a maioria de haitianos. Segundo o sistema E-SUS/SMS/2020, existem cerca de 3.313 imigrantes com cadastro ativo no Cartão Nacional de Saúde na cidade, ou seja, que acessam as unidades de saúde, aproximadamente 10% da população imigrante.

Atendimentos aos imigrantes – Os mediadores interculturais realizam o primeiro contato com o usuário imigrante ou a mediação entre ele e o profissional de saúde, garantindo o acesso desde o atendimento no território até os diferentes pontos da rede de saúde da cidade. Também acompanham o imigrante no atendimento presencial, nos casos de pré-agendamento, e por vídeo chamada para demandas espontâneas.

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