A sócia e proprietária de uma empresa de eventos, Raquel Kindermann, afirma que não há como produzir um evento com as medidas de distanciamento social. Ela, que realizava, principalmente, a parte das recepções digitais em festas, ou seja, a lista de convidados, agora precisa aguardar uma decisão oficial dos governantes.

Acostumada com grandes festas, como eventos corporativos (workshops e palestras) ou eventos sociais (aniversários, casamentos e formaturas), Raquel atua no ramo há mais de dez anos e diz que o setor de eventos engloba uma série de outros serviços como salão de beleza, aluguéis de roupas, locações de locais e de hotéis, alimentação em restaurantes, translados e serviços de decoração. Envolvidos na gama de segmentos também estão centenas de profissionais contratados para os eventos com “freelancers”, que é o caso da empresa de Raquel.

Diante do atual cenário, a empresária não vê alternativas para continuar realizando esse tipo de serviço sem a liberação para eventos que reúnam pessoas. “Só vejo a possibilidade de realização de eventos caso fosse algo com palco e platéia, como num teatro, onde se pode intercalar os lugares. Nos eventos sociais, não”, afirma.

Outro ramo de atuação da empresária é o de evento com músicos. Nesse caso, é possível realizar eventos com menos dificuldade. “Consegui fechar um aniversário onde um músico irá tocar para um grupo de senhoras”, conta.

Sobre a expectativa de liberação, a proprietária diz que deveria haver uma classificação e uma recomendação para as pessoas que são grupo de risco fiquem em casa, mas que, quem não tem nenhum problema de saúde poderia continuar exercendo suas atividades.

“Se existe a possibilidade de fazer as prevenções e adotar medidas de saúde, para se cuidar, eu acho que quem é do grupo de risco fica em casa, mas nós, que somos mais jovens e saudáveis, não vejo muito porquê dessa ‘prisão domiciliar'”, afirma.

Fotógrafos também sofrem com restrições

Fotógrafos de eventos estão precisando se reinventar em meio às restrições da pandemia. Segundo o fotógrafo Leonardo D’Ávila, em questão de trabalho, as fotos corporativas estão sendo a alternativa no momento. Além da falta de festas, o conflito de datas é um dos principais problemas de quem atua com fotografia.

Em 2019, D’Avila trabalhou em 81 eventos. Para este ano, ele continua fechando contratos para 2021/2022 e ainda não teve cancelamentos, somente remarcações. Por insegurança dos clientes, no entanto, o fotógrafo relata três desistências de contratos de formatura.

“Eu continuo fechando contratos para o fim deste ano [se der] e para o ano que vem, mas o principal problema agora é o conflito de datas. Os eventos deste ano, que foram remarcados, estão batendo com os eventos do ano que vem”, afirma o fotógrafo.

D’ávila acredita que os pequenos comércios estão sendo castigados pela falta de planejamento. “Inicialmente a postura foi boa, de fechamento, mas agora o que vemos são os pequenos comércios fechados. Há uma contradição na postura dos governantes, porque não pode ter aglomeração, mas as pessoas estão se juntando em feiras e supermercados. Ou fecha tudo, ou abre”, acredita.

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