O pré-candidato ao Governo do Rio Grande do Sul pelo MDB, Gabriel Souza, foi o entrevistado da edição da última terça-feira (19) do RDC News Especial Eleições.

O programa apresentado por Carolina Aguaidas e Renato Martins teve ainda a participação especial de Tércio Sacool, jornalista e professor da PUCRS.

Confira os principais destaques:

Pré-candidatura pelo MDB
“Temos convicção de que vou ser confirmado na convenção do dia 31 de julho. Vou colocar meu nome na convenção como pré-candidato a governador. Fui escolhido por 80% dos membros do diretório, ou seja, 80% dos votos foram destinados ao meu nome dentro da instância interna do partido que delibera sobre esse tema, no dia 27 de março. Desde então, tenho trabalhado muito e intensamente para que possamos construir essa pré-candidatura ao governo do estado dentro do MDB. (…) Não encaro como um racha interno, encaro como um debate interno que o partido tem todo o direito de fazer. Não é o MDB, que é o partido que leva democracia no nome, que reconquistou a democracia no Brasil, que vai proibir os debates internos que devem acontecer.

Gastos públicos
“O Estado do Rio Grande do Sul nos últimos 50 anos, antes dos últimos dois governos, gastou mais do que arrecadou em anos. Por óbvio, não tem conta que feche com isso e cai a capacidade de investimento. (…) No meu governo nós não faremos isso. Nós não gastaremos mais do que a arrecadação.

(…) E sobre o Regime de Recuperação Fiscal, é a garantia que nós vamos voltar a pagar a dívida com a União de maneira a dar segurança nas contas públicas e ter dinheiro para fazer investimentos, para melhorar a vida das pessoas na saúde, educação. E eu quero muito fazer governo premissa da responsabilidade fiscal e a sensibilidade social para ajudar aqueles gaúchos que mais precisam do estado para poder qualificar nossa mão de obra e melhorar a vida dos gaúchos gerando desenvolvimento que melhore a vida das pessoas.”

Educação
“É prioridade e não apenas do ponto de vista conceitual de acreditar ou não na importância da educação, isso é praticamente um consenso, mas é uma necessidade emergencial perante os problemas que foram acumulando-se nos últimos anos, décadas de problemas na educação no Rio Grande do Sul e, em especial, no último período no Brasil inteiro, onde ficamos dois anos sem aulas presenciais.

(…) Nós temos algumas simulações, eu fui presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul no ano passado, e trouxe aqui especialistas no tema. Alguns estudos já foram feitos sobre o dano que causou a falta de aulas presenciais na educação pública. Estima-se que só no ensino de matemática nós retrocedemos 5 anos na capacidade de aprendizagem das crianças e adolescentes nesta disciplina. No ensino de português 2 anos, e assim por diante. É como se nós tivéssemos o ensino de matemática voltado a 2017. Naturalmente, embora todo o esforço dos professores e professoras, que heroicamente buscaram cumprir a sua missão sem aula presencial não tem como fazer com que haja educação no nível que deveríamos ter. Os próximos dois anos letivos terão que ser transformados em quatro, no mínimo.

(…) Eu diria que a próxima grande reforma será a educação. Nós vamos precisar investir muito, não só no que tange à novas práticas pedagógicas, mas também em equipamentos, instrumentalização dos professores e das salas de aula para ter tecnologia, investir em treinamento de professores e fazer com que a inovação chegue na sala de aula. (…) Sou defensor das escolas em tempo integral para fortalecer essa política de preparar os jovens para o mercado de trabalho, para além do currículo escolar originário, mas também no sentido de fazer um grande esforço para recuperar o tempo perdido durante a pandemia. Quero tratar pessoalmente desse assunto, não vou colocar essa secretaria para indicação de partidos políticos. É necessário priorizar a educação na agenda do próximo governo.”

Atuação como governador junto à Assembleia Legislativa
“Eu entendo que o poder legislativo é um poder que tem que ser respeitado e naturalmente convencido das grandes mudanças que tenhamos que aprovar naquele plenário. Sou parlamentar, estou na Assembleia Legislativa, fui líder do governo Sartori, líder da minha bancada PMDB, líder do meu partido, presidente da Comissão de Constituição e Justiça, que é a mais importante da Casa, primeiro secretário, segundo secretário da Mesa Diretora, presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul até o mês de fevereiro deste ano. Conheço a Assembleia Legislativa, certamente vou ter grande facilidade em aprovar os projetos que precisarei aprovar devido ao fato que no meu comportamento e no DNA do partido está o diálogo.”

Investimentos no estado
“O Estado que quer dar reajuste aos seus servidores tem que ter uma situação bem resolvida que é recursos em caixa. Não se pode dar reajustes a servidores de maneira a comprometer o próprio salário de servidores. Foi o que aconteceu no passado em alguns determinados governos que, irresponsavelmente, acabavam concedendo reajustes, muitas vezes eram aplaudidos na hora, e posteriormente se via que havia uma dificuldade gigante de pagar essas reposições merecidas, mas que muitas vezes foram concedidas de maneira não planejada. No nosso governo, até mesmo pelas regras do Regime de Recuperação Fiscal, nós vamos sim buscar dar a reposição anual aos servidores, se possível for reajuste acima da inflação, mas sempre primando por franqueza com o servidor.

(…) Estou defendendo que nós cumprimos um ciclo fiscal, um ciclo de equilíbrio financeiro nos últimos 8 anos, que começou no governo Sartori. Já tivemos as reformas, todas as mudanças estruturais necessárias no estado que findaram. Agora nós temos que inaugurar um novo ciclo. Uma das principais diferenças que tenho com meus principais adversários o fato de que muitos deles que voltar atrás, fazer com que  o estado volte ao tempo onde não tinha esse compromisso com o dinheiro público, colocando tudo que nós conquistamos em risco, jogando fora todo esse esforço que fizemos nos últimos 8 anos.”

Violência contra a mulher
“Precisamos cada vez mais ter patrulhas Maria da Penha, cada vez policiamento ostensivo através da Polícia Militar e também atividade policial de elucidação e punição desses crimes através da Polícia Civil e para isso temos as delegacias especializadas no combate à crimes contra as mulheres. No nosso governo vamos ter toda a atenção a essas políticas de combate a violência doméstica, violência contra a mulher, que são vários tipos de crime, em especial o feminicídio. (…) Segurança pública basicamente se faz com investimentos em novos servidores, inteligência e equipamentos. E é exatamente com esse tripé que vamos trabalhar no nosso governo.”

Considerações finais
“O Rio Grande do Sul tem que iniciar um novo ciclo, o ciclo do desenvolvimento econômico, social, tecnológico, olhar para a frente, não olhar para trás. Eu estou muito empenhado na nossa pré-candidatura ao governo do estado pelo MDB do RS, exatamente com este projeto de desenvolvimento, fazendo com que os próximos quatro anos signifiquem melhorias nos índices de qualidade de vida, um governo voltado para pessoas, com responsabilidade fiscal, responsabilidade pelo dinheiro público, mas com muita sensibilidade social para poder fazer frente a essas novos desafios que o século 21 apresenta. Tô preparado para isso.”

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