A pré-candidata ao Governo do Rio Grande do Sul pelo PSTU, Rejane de Oliveira, foi a entrevistada da edição desta segunda-feira (11) do RDC News Especial Eleições.

O programa apresentado por Carolina Aguaidas e Renato Martins teve ainda a participação especial de Paulo Gilvane, jornalista e diretor geral na agência RadioWeb.

Confira os principais destaques:

Cenário político atual
“Temos um programa que é construir um governo dos trabalhadores e das trabalhadoras e que deve estar à serviço da população, e da população que mais sofre. As mulheres são aquelas que quais estudam, que trabalham muito e que recebem menos. Hoje e na pandemia há um grande número de feminicídios que acontece no nosso país e no nosso estado, ausência de políticas para garantir que as mulheres tenham proteção, ausência de política preventiva contra a violência que as mulheres sofrem. E nós estamos trazendo uma proposta da classe trabalhadora. Todos os governos que passaram pelo estado do Rio Grande do Sul  mantiveram os benefícios para os empresários e para as grandes empresas e nós queremos fazer uma ruptura com o sistema capitalista. E essa ruptura com um sistema que só quer lucrar, explorar e que estimula a violência contra as mulheres, negros e negras, com LGBTs, contra os indígenas e contra os trabalhadores e trabalhadoras do campo. O nosso programa de mudança é levar em consideração as pessoas, sejam os trabalhadores que hoje estão empregados, sejam os desempregados, seja a população mais pobre.”

Geração de empregos
“É fundamental que o estado construa casas populares, que construa hospitais e creches para atender os filhos da classe trabalhadora e que para isso os desempregados possam estar fazendo essas construções para que tenham seu emprego e vivam com dignidade. Queremos a redução da jornada de trabalho para 36 horas semanais sem redução de salário para abrir mais postos de trabalho. E é fundamental que a gente consiga através dos conselhos populares ter um debate com a sociedade e que a sociedade diga para nós como vamos resolver os problemas e as necessidades do povo. E um deles é a questão do emprego.”

Proposta de transporte gratuito e tarifa zero
“As nossas propostas se viabilizam rompendo com a lógica do sistema capitalista. Hoje quem lucra são os ricos e os empresários. Se nós pegarmos o dinheiro público e aplicarmos em políticas sociais como essa, o transporte público, o estado tem dinheiro. Se ele não estiver dedicando mais de 30 bilhões para as isenções, ou seja, deixando de arrecadar, se não estivesse preocupado em pagar uma dívida impagável…

(…) Nós achamos sim que é possível ter transporte gratuito levando o dinheiro público para onde ele deve estar: atendendo as necessidades do povo. E o transporte gratuito é uma necessidade do povo para estudantes chegarem à escola, para estudantes chegarem na universidade, para a classe trabalhadora procurar emprego, aqueles que estão desempregados, e os que estão empregados poderem chegar ao seu local de trabalho.”

Educação
“Quero dialogar com a população em geral, principalmente com os nossos colegas professores, funcionários de escola, aposentados. Nós vivemos uma situação terrível na educação. Quem hoje for numa escola pública vai encontrar a escola sucateada, vai encontrar ainda no meio do ano professores faltando, nós não temos professores de todas as disciplinas nas escolas, vamos encontrar professores desmotivados por um salário baixo e falta de condições de vida, funcionários que não receberam um reajuste salarial, contratados que sofrem ameaças diárias do desemprego e um Governo Leite que acabou com o nosso plano de carreira.

(…) Queremos um projeto de educação discutido com a comunidade escolar. Defendemos a gestão democrática, autonomia das escolas, piso nacional para professores e funcionários de escola, o fim do confisco do salário dos aposentados e queremos sim que tenha concurso público e efetivação dos contratados. É necessário defender a educação pública e de qualidade.”

Segurança pública
“Temos um projeto de segurança e queremos debater isso nos conselhos populares, mas achamos que a polícia, seja ela qual for, tem que estar a serviço de defender a população. O que nós vemos hoje é a polícia que persegue quem luta, o que nós vemos hoje é a polícia matando os jovens negros na periferia, o que nós vemos hoje é a polícia botando joelho no pescoço dos negros e das negras que, quando entram num supermercado, já são dados como ladrões.

Nós queremos um estado que não precise de polícia. Um estado que garanta que as pessoas tenham segurança e que a Brigada Militar e a Polícia Civil sirvam para proteger e acompanhar as pessoas. Hoje para que serve a polícia? Para defender a propriedade privada. Nós queremos acabar com a propriedade privada, queremos acabar com a polícia que defende a propriedade privada e queremos que a polícia sirva para atender as necessidades da população e respeite os direitos dos trabalhadores e daqueles que lutam.”

Funcionalismo público
“Para nós o funcionalismo público tem uma grande importância. Quando eu era presidente do Cpers, a nossa categoria, nós trabalhadores em educação, fazíamos lutas unitárias com todos os servidores públicos e construímos neste estado uma das maiores lutas em defesa do serviço público e dos servidores públicos. Nós achamos que o serviço público tem que servir à população. Tem que ter investimento no serviço público, garantir saúde, educação e transporte de qualidade.

(…) Queremos valorizar os servidores públicos. Queremos que todos eles tenham um plano de carreira. Queremos que os servidores públicos tenham a possibilidade de ter a tranquilidade de fazer o seu trabalho com dignidade sem interferência dos governos. (…) Nossa proposta é acabar com as privatizações, cancelar, revogar todas as leis que privatizaram e entregar o patrimônio público na mão da população que são os verdadeiros donos do nosso estado.”

Considerações finais
“A nossa tarefa é nos apresentarmos como uma alternativa socialista e revolucionária. (…) Queremos fazer uma grande caminhada junto com a população. Uma caminhada em direção ao socialismo para que acabe a fome, a miséria e a precarização.”

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