O Grêmio é campeão gaúcho, ou melhor, bicampeão, já que reprisou a conquista do ano passado – e com todos os méritos. O título foi de forma invicta, teve a defesa menos vazada e o ataque mais positivo. Ainda há de se lembrar que, em muitos jogos, utilizou-se de uma equipe formada totalmente por jogadores reservas, o que realça a supremacia gremista.
Só não conseguiu materializá-la na final da competição, onde ficou no empate de 0 a 0 com o Internacional nos dois clássicos, tendo que buscar a vitória nas penalidades máximas. Porém, é importante lembrar que venceu o GreNal da fase classificatória, onde as equipes jogaram com escalações ditas alternativas.
E por que nos dois jogos decisivos não conseguiu suplantar seu tradicional adversário no tempo regulamentar? Entendo que mais por atitudes próprias do que dificuldades impostas pelo lado contrário. Vejamos: no GreNal do Beira-Rio, a estratégia ficou nítida em levar a decisão do campeonato para os seus domínios, haja vista que não fez muita força para tirar a igualdade do placar.
Já a partida da Arena mostrou o grande problema que o técnico Renato Portaluppi precisa resolver, com urgência, sob pena de uma eliminação precoce na Taça Libertadores da América empanar a vitória no certame estadual.
Qual seja? Retomar uma dinâmica ativa do meio de campo, onde a posse de bola ganhe objetividade, verticalidade para abastecer o ataque, deixando os passes laterais e improdutivos para quando o resultado estiver garantido. E para conseguir isso, necessariamente precisa dar liberdade para Matheus Henrique se aproximar dos atacantes, fazendo dele o protagonista e não mais o assessor e protetor de Maicon.
Essa situação está evidente no time e ficou clara na decisão. O Grêmio crescia quando Maicon era substituído por um volante defensivo, liberando Matheus Henrique para “fazer o jogo”. Por essas razões que o Grêmio, mesmo sendo superior em qualidade, não venceu o Internacional e precisou dos pênaltis para levantar a taça do Gauchão: campeão no conjunto da obra. Méritos pelo que fez ao longo da jornada, apesar do que deixou de fazer no final.
Rogério Amaral