A associação reguladora das regras do futebol internacional (IFAB) divulgou nesta quarta-feira (17) uma recomendação de proibir que jogadores menores de 12 anos de idade de cabecear a bola. A medida será inicialmente adotada na Inglaterra, onde teve início o movimento em prol da regra, pensando em questões de saúde a longo prazo.
Após uma série de estudos sugerirem danos neurológicos em atletas por conta do ato de cabecear a bola repetidamente, a Federação Britânica de Futebol (FA) solicitou à IFAB uma alteração nas regras das categorias infantis, para impedir um desgaste desnecessário nos jovens atletas. Nesta quarta, a federação internacional acatou o pedido dos ingleses, que passará por um período de testes iniciais. Em caso de êxito, a ideia é banir o fundamento em todas as categorias para menores de 12 anos de idade a partir da próxima temporada europeia, que ocorre entre os anos de 2023 e 2024.
Um estudo de 2021, publicado no Journal of Neuropsychology, denominado de Cognitive ability in former professional football (soccer) players is associated with estimated heading frequency analisou o desempenho cognitivo de jogadores de futebol aposentados e chegou à conclusão que de fato o movimento repetitivo do cabeceio ao longo do tempo pode acarretar danos relacionados à demência. Segundo os autores, “A evidência de comprometimento cognitivo é o primeiro passo para o diagnóstico de demência, portanto, nossos resultados sugerem que pode haver uma ligação entre cabecear a bola com frequência e desenvolver uma doença neurodegenerativa.”.
Apesar da medida servir inicialmente para as competições regidas pela Associação Britânica, a tendência é que outras federações passem a adotar a medida. Durante o período de testes, será marcada falta caso um jogador performe o fundamento.
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