Tradicional clube do futebol gaúcho, o Cruzeiro vive um dos momentos mais difíceis de sua história de 109 anos. Após péssima campanha na Divisão de Acesso, a equipe de Cachoeirinha foi rebaixada para a terceira divisão do estado. Em entrevista exclusiva ao RDC Esporte, o presidente Gerson Finkler analisou o que não deu certo neste ano e projetou o futuro do clube.

“O Cruzeiro este ano teve uma dificuldade muito grande de levantamento de fundos. Isso nos levou a tomar uma decisão de jogar com os meninos da casa e com algumas contratações pontuais. Nossa comissão técnica era toda do Cruzeiro. Com isso conseguimos fazer um orçamento bem mais ajustado na realidade atual”, explica Finkler. Ele reconhece que pelo fato de o elenco ser muito jovem, faltou experiência e malandragem em alguns momentos da competição.

Como sempre acontece no futebol, os detalhes fizeram a diferença. O presidente lembra que, contra o Tupi, a equipe perdeu dois gols de dentro da pequena área. Na última rodada, contra o Glória, em que apenas o empate bastava para evitar o rebaixamento, o Cruzeiro perdeu um pênalti. Assim como em 2018, quando caiu no Gauchão, em que William Kozlowski desperdiçou uma penalidade no último jogo, contra o Caxias. Outra semelhança com aquela queda é que, junto com o time de Cachoeirinha, o São Paulo de Rio Grande também caiu.

O rebaixamento para a Terceirona acontece pouco mais de um ano depois da morte do eterno presidente Dirceu de Castro. Considerado o maior dirigente da história do clube, ele faleceu em abril de 2021 em decorrência da Covid-19. “O Dirceu foi o presidente que trouxe o Cruzeiro de volta ao futebol. Era uma pessoa que tinha um conhecimento extremamente grande dos meandros do futebol, conhecia os bastidores como poucos. Ele tinha uma verve bastante grande, sabia conduzir as coisas pela palavra”, relembra Finkler, que o sucedeu na presidência do clube. O atual mandatário revela que, àquela altura, ainda não estava pronto para essa responsabilidade, mas espera ter “um pouco da capacidade” de Dirceu para conduzir o clube nos próximos anos.

E essa não será uma tarefa fácil. A direção definirá na próxima semana se disputará a Copa FGF no segundo semestre, o que pode não acontecer por conta da questão financeira. Serão cerca de 10 meses de planejamento para a disputa da Terceirona Gaúcha do próximo ano. Até lá, o Cruzeiro pretende fazer uma campanha de marketing “mais dirigida” para apresentar melhor o clube para Cachoeirinha e região, a fim de atrair parceiros.

“Este ano não conseguimos nenhum patrocínio. Se vocês notarem, na nossa camiseta não tinham patrocínios. Para o ano que vem vai ser mais complicado ainda. Teremos um custo de futebol que não vai ser muito diferente deste ano. Vai ser difícil, mas o clube é grande demais. Nós já saímos, já voltamos. O nosso hino diz que ‘o Cruzeiro sempre continua de pé’, e é isso que pretendemos fazer”, conclui Finkler.

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