A crise econômica que atinge o estado do Rio Grande do Sul foi o principal tema da entrevista do novo Chefe da Casa Civil do estado, Otamar Vivian, no Cruzando as Conversas, desta quarta-feira (03), na RDC TV.
Em novo formato e com o comando do jornalista Ricardo Azeredo, Otamar foi questionado pelos jornalistas convidados, Affonso Ritter, Marcelo Chemale e Eugênio Esber, sobre os planos do novo governo gaúcho.
Sobre a situação financeira do estado, ele afirmou que as dificuldades não são novidade. “Abrimos o ano com a uma parte da folha de dezembro a ser paga, a maior parte. O décimo terceiro salário nem sequer se começou a pagar”, lembrou.
Para a contenção da dívida, afirmou que o Governador Eduardo Leite está trabalhando para recuperar a possibilidade de fazer investimentos.
“Medidas que não só contribuam no sentido do racionamento de gastos, mas também sinalizem que o Governo veio para fazer um grande ajuste fiscal, que dê a condição do estado, não somente neste governo, mas pensando o futuro, fazer a sua retomada de investimento, hoje a capacidade de investimento do estado é praticamente zero”, analisou o secretário.
Relações com outros partidos
Para Vivian, o fato de as principais forças políticas gaúchas terem passado pelo Piratini nos últimos mandatos faz com que exista uma compreensão maior das dificuldades enfrentadas. Contudo, ele entende que antes, ainda existiam alternativas, mesmo que temporárias para aliviar as finanças. “Chegamos ao ponto em não existem outras fontes, nem sequer buscar financiamento, o estado não tem mais esta capacidade”, comentou.
Neste sentido, ele elogiou a atuação dos deputados na Assembleia Legislativa, que aprovaram a manutenção da alíquota do ICMS por mais dois anos. Sem isso, de acordo com Vivian, o governo ficaria “praticamente inviabilizado”.
E ele acredita que a partir do dia 1º de fevereiro, quando os novos deputados tomarem posse, Eduardo Leite terá uma facilidade que outros governadores não tiveram. “Temos uma base hoje de 38, 39 deputados. Isto dá ao governo algo que não houve no governo Sartori. A base era de 22, 23 deputados”.
A base governista é suficiente para aprovar, inclusive, medidas que precisem alterar a Constituição gaúcha.
Privatizações
Entre as mudanças na Constituição, está o plano de tirar a necessidade de plebiscito para privatizar estatais. A SulGás e a CEEE são algumas das empresas que o novo governo espera privativar. “A CEEE distribuidora foi muito importante para o Rio Grande do sul, mas na verdade hoje, só de ICMS, ela deve mais de um bilhão de reais para o cofres do seu dono, que é o estado do Rio Grande do Sul, isto significa praticamente uma folha de pagamento”, afirmou Vivian.
O Chefe da Casa Civil ainda afirmou que o valor das estatais não seria utilizado no custeio, mas em investimentos diretos no estado ou em parcerias com empresas privadas. Ele garantiu que a Corsan e o Banrisul não serão privatizados.
Salário dos servidores
Quanto aos salários dos servidores, que começaram a ser parcelados durante o Governo Sartori, Vivian reafirmou o compromisso firmado por Eduardo Leite de acertar o pagamento ainda em 2019.
“O que deverá acontecer agora é um processo de busca de regularidade deste pagamento, uma data deverá ser estabelecida”, prometeu.
Confira a entrevista na íntegra:
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