| Alice Ros |
O INSS de Bagé, na Fronteira Oeste, fechou as portas nesta quinta-feira (11) por conta de um surto de Covid-19 entre funcionários. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores Federais da Saúde, Trabalho e Previdência do RS (SindisprevRS), cinco dos 24 servidores do órgão testaram positivo nesta semana. Alguns deles chegaram a trabalhar presencialmente enquanto aguardavam pelos resultados dos testes.
Segundo Thiago Manfroi, diretor do Sindisprev RS, a agência deveria permanecer fechada durante a classificação de bandeira preta. Neste sistema, o atendimento deve ser realizado de forma online.
“O INSS é um vetor de transmissão do coronavírus. Os protocolos de segurança sanitária não estão sendo cumpridos adequadamente, tanto por parte dos usuários quanto por parte dos servidores – e isso é uma crítica que nós, enquanto sindicato, fazemos. A gente cobra muito dos nossos servidores que sigam o protocolo, porque a intenção não é manter fechada. Neste momento, deve ser fechado o INSS em bandeira preta. Depois, é reaberto”, defende o diretor do Sindisprev RS.
Por regra, o INSS de Bagé deve ficar fechado por 14 dias. Porém, o diretor do Sindisprev RS acredita na possibilidade de antecipação da reabertura.
“Seguindo as regras do Ministério da Economia e do INSS como serviço público, o período de fechamento é de 14 dias. O INSS disse que pode antecipar esse período se não houver sintomas dos servidores que não testaram. Isso também é uma coisa temerária, porque a gente sabe que existem pessoas que são assintomáticas e transmitem o vírus por um período de cinco a dez dias”, indica.
Na segunda-feira (8), o Sindicato recebeu a primeira denúncia de que dois servidores de Bagé estavam contaminados, mas somente após a divulgação do quinto caso, na quarta-feira (10), a agência decidiu interromper os serviços presenciais.
“Os demais não testaram porque o INSS não garante a testagem dos servidores”, ressalta Manfroi.
Ainda no início da semana, servidores do INSS do Rio Grande do Sul alegaram greve sanitária, ou seja, sem atendimento presencial por conta do descumprimento de protocolos sanitários para evitar a propagação da Covid-19.
“É temerário ter cinco servidores da agência contaminados atendendo pessoas que buscam serviços. Pessoas, inclusive, que em sua maioria fazem parte do grupo de risco. O INSS é um local muito perigoso para o usuário e para o próprio servidor também”, afirma Manfroi.